Regina Casé emagrece 13 kg, ensina a dieta e brilha aos domingos com o ‘Esquenta’

PAULO RICARDO MOREIRA – O Dia

Ela fala sobre a perda do pai e a luta para o marido vencer as marcas de um acidente


Rio – Regina Casé está toda prosa com sua silhueta mais sequinha. Graças a uma dieta rigorosa e caminhadas, a apresentadora do ‘Esquenta’, exibido aos domingos, na Globo, emagreceu 13 kg. Tudo isso entre fevereiro e dezembro de 2010. É que Regina resolveu dar uma reviravolta em sua vida e entrar em forma, depois de dois anos de muita tristeza e sofrimento. O primeiro baque foi a morte do pai, o diretor de TV Geraldo Casé, em julho de 2008. Quatro meses depois, o marido dela, o diretor Estevão Ciavatta, caiu de um cavalo e, por pouco, não ficou paraplégico. “Estava tudo tão difícil, mas eu fui capaz de me ajudar e perder peso”, comemora. “Estou feliz, mas acho que esta é uma felicidade diferente, mais saborosa, porque me deu o maior trabalho”.

Aos 56 anos, Regina não se cansa de ouvir elogios da plateia do seu programa, quando entra no estúdio para gravar. É um tal de assobiarem, gritarem “gostosa” e comentarem coisas como: “Nossa, como você está magra!”. Ela acredita que sua perda de peso tem estimulado outras pessoas a fazerem o mesmo. “Veem que eu consegui emagrecer, que é possível, e isso as anima. Tenho recebido muitas mensagens”, conta ela, que deixou de lado as roupas largas, que usava nos últimos anos, e já arrisca jeans e vestidos mais justinhos, ou pega emprestado modelitos tamanho 42 da filha, Benedita, de 21 anos.

Regina Casé
‘Achava que o auditório não esquentaria como as ruas ou no Mercadão de Madureira, mas pegou fogo | Foto: Divulgação

Para ficar mais leve, a apresentadora deu o primeiro passo, em fevereiro passado, quando iniciou uma detox — dieta de desintoxicação — com a nutricionista Andréa Henrique. Sem remédios, como ela gosta de frisar, mas à base de chás, sucos, alimentação balanceada, com produtos não industrializados, e atividade física. Três meses depois, Regina mudou para a nutricionista Christiane Rodrigues, que faz os cardápios, as compras dos ingredientes e, uma vez na semana, dá plantão na casa da artista, preparando pratos e ensinando à cozinheira. “Faço uma semana por mês de dieta rigorosa. As outras três restantes são mais tranquilas”, conta a atriz.

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Na semana mais radical, ela não ingere leite e derivados, produtos que contenham glúten, nada de trigo e nenhum tipo de carne. Nas outras três semanas, tem uma alimentação equilibrada, com arroz integral, grãos, verduras, frutas, sopas de legumes, e bebe de 2 a 3 litros de líquidos por dia.

Para completar, Regina faz uma hora de caminhada pela orla carioca, quase todo dia. No início, tinha a companhia de duas personal trainers. Hoje, anda sozinha os 8 quilômetros, do Leblon, onde mora, ao Leme. Além da perda de peso, a dieta e os exercícios lhe trouxeram outro benefício: as dores no joelho e na coluna sumiram. “Passei essa dieta para o Arlindo Cruz”, entrega ela, referindo-se ao sambista que tem participação fixa em seu programa.

Enquanto a apresentadora não revela quanto pesava antes da dieta, Arlindo brinca com o próprio peso: “Tenho 133 kg, mas pretendo chegar o mais próximo possível aos dois dígitos, nem que</CO> seja 99 kg”. Ele começou a dieta há pouco mais de uma semana, mas já saiu da linha. “Viajo muito. Aí, sinto fome e acabo comendo uma carninha. Quando estou em casa , dá para seguir a dieta. O problema é tirar a cervejinha. Quando encontro os amigos, como Zeca (Pagodinho), não tem jeito”, confessa, rindo. 

Apesar da nova fase de vida, Regina Casé admite que ainda não superou a perda do pai. “Sinto falta dele. Não é porque já passou que agora está tudo ótimo. Ainda tenho muitas dificuldades para enfrentar. Mas estou me sentindo bem, orgulhosa de mim, do meu marido, da minha filha e da minha equipe, depois de passarmos por tantas coisas juntos”, garante.

Uma outra etapa a ser vencida é a recuperação de Estevão, que logo após o acidente passou por uma cirurgia de descompressão de medula e fez sessões diárias de fisioterapia. O diretor do programa ‘Um Pé de Quê?’, comandado por Regina no Canal Futura, já recuperou os movimentos e trabalha cerca de quatro ou cinco horas por dia, mas ainda faz fisioterapia, três vezes na semana. “Só de pensar que três vezes na semana não o tenho por perto me faz uma falta danada”, emociona-se ela, que é casada com o diretor há 11 anos.

Além de dar uma guinada na vida, Regina curte agora o sucesso do ‘Esquenta’, que tem obtido médias de 11 pontos no horário do almoço. “Estou quase ficando prosa com os elogios. Eu sabia que era uma boa comunicadora, que sei fazer aquilo, mas o problema era naquele lugar e naquelas condições”, enfatiza ela, que nunca tinha feito programa de auditório. “Na estreia, pisava em ovos. Não estava acostumada a ir ao Projac. Mas venci essa dificuldade nos primeiros 10 minutos. Achava que o auditório não esquentaria como nas ruas ou no Mercadão de Madureira, mas pegou fogo. Isso me deu tranquilidade”.

Trazendo na bagagem atrações como ‘Programa Legal’, ‘Brasil Legal’, ‘Muvuca’ e ‘Central da Periferia’ — todos gravados em externas —, Regina ressalta a diversidade de temas e convidados como principal trunfo do ‘Esquenta’. Com a mesma naturalidade com que mistura samba, funk, rap, aborda Carnaval, moda, culinária, unhas e concurso de cabelo. Ela elogia as participações de Arlindo Cruz e Leandro Sapucahy: “Eles se sentem tão à vontade que me interrompem para fazer comentários. Leandro tira onda de humorista. Sinto até vergonha de tê-los ali”.

Famosos como Rodrigo Santoro, Lázaro Ramos, Caetano Veloso e Gilberto Gil já bateram ponto no programa. Amiga da maioria dos convidados, Regina se alonga nas conversas, nos números musicais, e sempre estoura o tempo de gravação, que chega a durar seis horas. O programa, no entanto, tem duração de 1h10. No ar, o resultado são cortes bruscos — uma das poucas críticas que ela tem recebido. “Em vez de cantarem uma ou duas músicas, os grupos acabam cantando cinco, seis. Mas acho que a edição está arrebentando”, defende. “Quando a gente vê que o tempo estourou, sai correndo feito louco, como desfile de escola de samba. Fico arrasada por não aproveitar tudo. O programa tinha que ter três horas de duração”.

Vontade de voltar a fazer uma novela

Depois de protagonizar o especial de fim de ano ‘Papai Noel Existe’, que marcou sua volta à teledramaturgia em dezembro passado, Regina Casé garante que agora “não vai largar o osso”. Em 2009, ela havia participado da minissérie ‘Som e Fúria’. Seu plano é atuar mais. “Não é que sinta falta, mas tenho vontade de fazer uma novela. Sempre sofri muito para equilibrar meu lado atriz e apresentadora. Por isso, me realizei agora fazendo o especial e o ‘Esquenta’. Se conseguir manter esse equilíbrio este ano, vou ficar feliz”, diz.

Atualmente no ar com a reprise do humorístico ‘TV Pirata’, no canal Viva, Regina lembra que todos as personagens que interpretou eram bem populares. Mas uma delas é inesquecível: Tina Pepper, a jovem que sonhava ser cantora e era fã de Tina Turner em ‘Cambalacho’ (1986). “Quando estive em Angola, me reconheceram e só me chamavam de Tina, porque a novela está sendo exibida por lá”, conta.

Assim que terminar o ‘Esquenta’, em março, Regina pretende se dedicar ao filme e à série sobre a Saara, região de comércio popular que ela frequenta no Centro do Rio.

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