Boaventura de Sousa Santos defende “aprofundamento do Fórum Social Mundial”

Esquerda.net

No próximo domingo começa a 11.ª edição do Fórum Social Mundial. Boaventura Sousa Santos defende que o FSM poderia ter um papel mais importante, contribuindo para a reforma das Nações Unidas e apontando soluções para a crise financeira global.

São esperados cerca de 40 mil a 50 mil activistas de todo o mundo e aguarda-se ainda a presença de vários chefes de Estado.

São esperados cerca de 40 mil a 50 mil activistas de todo o mundo e aguarda-se ainda a presença de vários chefes de Estado.

A 11.ª edição do Fórum Social Mundial (FSM) arranca no próximo domingo, em Dacar. Esta iniciativa, que se contrapõe ao Fórum Económico Mundial de Davos, é, em 2011, dedicada “às crises do capitalismo e das civilizações”.

São esperados cerca de 40 mil a 50 mil activistas de todo o mundo e aguarda-se ainda a presença dos presidentes da Bolívia, Evo Morales, da Venezuela, Hugo Chávez, do Benim, Boni Yayi, da Guiné-Conakri, Alpha Conde, do presidente da Comissão da União Africana, Jean Ping, do antigo Presidente do Brasil, Luís Inácio Lula da Silva, e da dirigente do Partido Socialista francês, Martine Aubry.

Boaventura de Sousa Santos saúda o regresso deste fórum ao continente africano, depois de Nairobi, Quénia, em 2007, na medida em que este continente tem sido “abandonado por todas as estratégias de desenvolvimento”. “Foi sempre o continente do próximo século, e continua a sê-lo neste momento”, defende o sociólogo, adiantando que a realização do Fórum Social Mundial em Dacar, Senegal, entre os dias 06 e 11, é um testemunho da atenção que se pretende dar ao continente africano.

Boaventura de Sousa Santos defende reforço do papel do FSM

Boaventura de Sousa Santos, que é um dos dinamizadores do Fórum Social Mundial, considera que esta iniciativa poderia ter uma intervenção mais consistente, contribuindo, entre outros, para a reforma das Nações Unidas e apontando soluções para a crise financeira global.

Em declarações à Agência Lusa, o sociólogo sublinhou que os estatutos da organização têm bloqueado uma intervenção diferente.

“Eu penso que isto nos fez perder algumas oportunidades, porque havia áreas onde podíamos ter investido, e podíamos ter sido diferentes e causado uma diferença”, afirmou Boaventura Sousa Santos, alertando que há muitas soluções no Fórum Social Mundial que nunca aparecem como soluções ou propostas suas porque o seu estatuto não permite tomar posições.

Para o dinamizador do FSM “era preciso dar um passo mais no aprofundamento do Fórum Social Mundial” que “consistiria em tomar posições sobre alguns dos grandes temas mundiais, inclusivamente de análise”. “Era importante que o FSM, que tem muitos técnicos e peritos dentro das organizações que o integram, pudesse produzir também relatórios anuais sobre o estado do mundo”, adiantou.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *