Maria Irene Ramalho, CES
Isabel Caldeira, CES
25 de Janeiro de 2011, 21.15, Galeria Santa Clara – Coimbra
Vidas e Vozes / Diálogos Contemporâneos Ciclo de Palestras-Debate (Janeiro-Junho de 2011) Última Terça-Feira de cada mês / Galeria Santa Clara – Coimbra, 21H15 Com este ciclo pretende-se projectar e debater de uma forma panorâmica, simultaneamente analítica, polémica e didáctica, e junto de um público que se deseja o mais alargado possível, as vidas, as obras e as escolhas de autores/as – pensadores, cientistas, políticos, teólogos, escritores, artistas – com uma intervenção relevante para os processos de compreensão, de representação e de revisão crítica do mundo contemporâneo. Em cada sessão dois intervenientes debruçar-se-ão sobre dois autores, se possível colocados em confronto. Seguir-se-á o debate.
SUSAN SONTAG (1933-2004) foi uma escritora, teórica e activista política americana. Nasceu em Nova Iorque, de ascendência judaica, embora não tenha tido uma educação religiosa nem nunca se reclamasse dessa matriz cultural. Começou por ser vista como intelectual vanguardista na década de 60, veio a ser encostada ao neo-conservadorismo da década de 90, mas foi sobretudo uma voz sempre inovadora e controversa, recusando rótulos e essencialismos e incomodando o status quo. Escreveu sobre temas tão diversos como literatura, filosofia, retórica, artes visuais, fotografia, pornografia, teatro, cinema, doença e guerra. Entre as suas obras mais conhecidas, estão Against Interpretation (1966), Styles of Radical Will (1969), On Photography (1977), que ganhou o National Book Critics Circle Award, Illness as Metaphor (1978) e AIDS and Its Metaphors, (1989).Mais recentemente, levantou celeuma quando, em The New Yorker, atribuiu os ataques no 11 de Setembro às consequências da política externa dos EU e repudiou a retórica manipuladora que infantiliza o povo americano;crítica severa da Administração Bush e da Guerra do Iraque, publicou em 2004 Regarding the Torture of Others.
TONI MORRISON é uma escritora e intelectual afro-americana. Nasceu em 1931, em Lorain, Ohio, de uma família pobre, originária do Sul, que migrara para Norte no início do século XX. Só em 1970 é que se estreou como ficcionista com o romance The Bluest Eye. A ele seguiram-se muitos outros, como Sula, (1973), Song of Solomon (1977), Tar Baby (1981), Beloved (1987), Jazz(1992), Paradise (1998), Love (2003) e A Mercy (2008). Trata-se de uma obra dedicada à sua comunidade afro-americana, evidenciando-se a sua atenção ao racismo e à discriminação dos negros nos EU. Além da sua obra ficcional, que inclui também alguma literatura infantil, Toni Morrison tem publicado ensaio, donde se destaca Playing in the Dark: Essays on Whiteness and the Literary Imagination e dois livros de intervenção, que organizou a propósito de dois temas controversos da actualidade e em que se salienta o seu papel como intelectual pública: a acusação de assédio sexual contra Clarence Thomas e o caso de O.J. Simpson. Tem recebido numerosos prémios e distinções, destacando-se a consagração internacional com a atribuição do Nobel, em 1993.
Notas biográficas Maria Irene Ramalho é professora catedrática da Secção de Estudos Anglo-Americanos do Departamento de Línguas, Literaturas e Culturas da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, onde é coordenadora científica dos programas de doutoramento em Estudos Americanos e em Estudos Feministas. Desde 1999, é International Affiliate do Departamento de Literatura Comparada da Universidade de Wisconsin-Madison, onde lecciona regularmente como professora visitante. Como investigadora do Centro de Estudos Sociais, desde 1987, integra o Núcleo de Estudos Culturais Comparados, no âmbito do qual participou em diversos projectos de investigação, tendo coordenado alguns deles. Tem publicado extensamente, em Português e em Inglês, sobre temas de literatura e cultura de expressão inglesa (com especial incidência na poesia dos Estados Unidos), estudos americanos, literatura comparada, teoria poética, estudos culturais e estudos feministas. Entre as suas actuais áreas de maior interesse, destacam-se os estudos sobre o Modernismo e a Modernidade, estudos comparados sobre poesia, poética e filosofia, teorias dos estudos americanos e teorias do feminismo.
Isabel Caldeira é investigadora do Centro de Estudos Sociais desde 1987, onde passou a integrar o Núcleo de Estudos Culturais Comparados e fez parte da Direcção de 1994 a 1996. É Professora Associada na Secção de Estudos Anglo-Americanos do Departamento de Línguas, Literaturas e Culturas da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra. Doutorou-se em 1993 em Literatura Americana na Universidade de Coimbra, defendendo a tese “A Cicatriz da Palavra: História, Mito e Literatura na Ficção de Toni Morrison”. Lecciona na FLUC, na Licenciatura em Línguas Modernas, bem como nos programas de 2º e 3º ciclos em Estudos Americanos. Tem integrado várias equipas de investigação em projectos do NECC, de que destaca “Memória, Violência e Identidade: Novas Perspectivas Comparadas sobre o Modernismo” e “Intelectuais, Cultura e Sociedade”. Os seus actuais interesses de investigação incluem as seguintes áreas e temas: estudos americanos e afro-americanos; estudos literários e culturais comparados (a diáspora africana). |