Vinte e nove anos sem Elis Regina

DANILO CASALETTI – Revista Época

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Há exatos 29 anos o Brasil perdia a voz de Elis Regina. A cantora foi encontrada desacorda em seu apartamento na manhã do dia 19 de janeiro de 1982, em São Paulo. Levada às pressas para o hospital, não resistiu. A causa da morte chocou o país. Segundo o laudo emitido pelo Instituto Médico Legal, Elis morreu por ingestão de cocaína e bebida alcoólica.

Apontada como uma das maiores vozes da música brasileira, Elis é, sem dúvida, a mais lembrada entre os artistas que já nos deixaram. Infelizmente, nomes como Maysa, Clara Nunes e Nara Leão – para pegar exemplos da geração de Elis – não são tão festejados como o da Pimentinha.

Além do grande talento, nos últimos anos, algumas iniciativas ajudaram a manter vivo o mito Elis. A gravadora Trama, que tem como um dos donos o filho mais velho de Elis, João Marcello Boscoli, colocou no mercado dois importantes Dvds, Elis  regina – MPB Especial (de 1973) e Elis Regina Carvalho Costa (1980). Além disso, remasterizou a atualizou três discos de Elis: Elis &Tom, Falso Brilhante e Elis. Nas lojas, é possível encontrar toda a discografia da cantora.

Maria Rita, filha caçula da cantora, também ajudou nesse processo. Muito jovens que se encantaram com sua voz da jovem foram buscar quem era Elis e passaram a ouvir seus discos.

É preciso mais. A gravadora Trama poderia continuar o trabalho de “rejuvenescimento” dos discos de Elis. As TVs poderiam liberar seus arquivos para que novos Dvds chegassem o mercado. “Tirar a poeira” dos nossos ídolos é fundamental para que eles continuem encantando novas gerações.

Carreira

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Elis começou a cantar ainda menina em Porto Alegre, cidade onde nasceu em 17 de março de 1945. De família humilde, um de suas únicas diversões era ouvir rádio. Acabou se encantando pela voz de Ângela Maria, a quem sempre se confessou fã. “Comecei minha carreira imitando descaradamente a Ângela Maria. É com extrema felicidade que confesso isso”, disse, certa vez, em um programa de TV.

Já no Rio de Janeiro, na metade da década de 60, Elis começou a se apresentar em boates onde se ouvia Bossa Nova. Em 1965, participou do I Festival de Música Popular Brasileira e conquistou o Brasil com sua vibrante interpretação de Arrastão (Edu Lobo/ Vinícius de Moraes).

Ganhou um programa de TV ao lado de Jair Rodrigues, O Fino da Bossa. Ganhou fama internacional e se apresentou por diversos países da Europa, África, América Latina, além de México e Japão. Foi a voz de grandes compositores da música brasileira, como Milton Nascimento, João Bosco, Aldir Blanc, Gilberto Gil e Renato Teixeira.

Durante sua carreia, lançou 27 discos e dezenas de compactos. Alguns deles se tornaram clássicos e obrigatórios em qualquer coleção de música popular brasileira, como Dois na bossa nº. 1 (1965), Elis & Tom (1974), Falso Brilhante (1976), Elis, essa mulher (1979), Saudades do Brasil (1980) e Elis (1980).

Fotos: Arquivo Editora Globo

(Por Danilo Casaletti)

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