DF: Caminhoneiro não aceita fim do relacionamento e mata mulher incendiada


Saulo Araújo
 – Correio Braziliense

 

O caminhoneiro Ernando Caixeta de Amorim, 44 anos, não aceitava o fim do relacionamento com a companheira Sandra Borges Santiago, 27 anos. Juntos há pouco mais de oito meses, tinham discussões e até agressões físicas constantemente. Na madrugada de ontem, por volta das 5h20, Ernando espalhou combustível pelo quarto onde ele e Sandra dormiam e riscou um palito de fósforo. O cômodo foi totalmente tomado pelas chamas em poucos segundos. Ela tentou escapar, mais foi impedida pelo caminhoneiro. Os dois morreram queimados. O crime que chocou a vizinhança ocorreu na Quadra 15 do bairro Alto da Bela Vista, na Fercal, em Sobradinho II.



Os gritos de Sandra e a fumaça vinda da casa de número 25 chamaram a atenção do eletricista Luiz Nunes Ribeiro, 33 anos, que mora em frente. Ele contou que acordou com a voz de uma mulher implorando por socorro. Ao ver a fumaça saindo da residência do casal, Luiz arrombou o portão com a ajuda de um outro vizinho, depois derrubou a porta da sala e retirou os dois filhos de Sandra — uma menina de 7 e um menino de 3 anos, frutos de um antigo relacionamento da dona de casa. Eles dormiam em um quarto ao lado, que não foi muito atingido pelo fogo.

Premeditado
Segundo um colega de Ernando, que preferiu não se identificar, na noite de sábado, ele teria recebido das mãos de um motociclista um galão de combustível, que ele não soube identificar se era álcool ou gasolina. “Conversei com ele (Ernando) naquela noite (sábado) e ele me disse que estava esperando uma encomenda. Mais tarde, vi quando um motoqueiro deixou um galão na casa dele. Acho que tudo foi premeditado, porque eles não estavam se dando muito bem nos últimos dias”, afirmou.

Uma das filhas do caminhoneiro, Simone Caixeta Amorim, 19 anos, disse que desde que o pai se separou de sua mãe para conviver com Sandra, os contatos com ele se tornaram escassos. No entanto, ela acredita que ele não seria capaz de cometer uma atrocidade como essa. “Acho que tudo não passou de um acidente. Não sei se eles viviam em paz ou não, porque não os via muito, mas pelo que eu conheço do meu pai, ele jamais faria uma coisa feia como essa. Ele gostava muito da vida”, disse Simone.

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