Banheiro exclusivo para comunidade LGBT cria polêmica no Rio

Do G1, com informações do Bom Dia Brasi

Banheiro vai ser inaugurado neste sábado (8) pela Unidos da Tijuca. Coordenador do Rio sem Homofobia faz críticas; gays e travesti aprovam.

Banheiro masculino e banheiro feminino são comuns de serem encontrados em vários tipos de estabelecimento. Mas a escola de samba Unidos da Tijuca, campeã do carnaval carioca de 2010, está causando polêmica graças ao anúncio da inauguração de um banheiro para a comunidade de lésbicas, gays, bissexuais e transsexuais (LGBT). A escola informou que o banheiro vai ser inaugurado no próximo sábado (8).

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“Foi uma demanda feita por este grupo (LGBT), há bastante tempo. Eles diziam que, quando frequentavam o banheiro masculino, tinham alguns grupos de homens que podiam estar fazendo algum tipo de brincadeira. E no banheiro feminino, talvez, as mulheres não gostassem tanto”, explica Bruno Tenório, coordenador de comunicação social da Unidos da Tijuca.

Segundo a assessoria de comunicação da escola, nem travestis, nem homossexuais masculinos ou femininos se sentiam à vontade em usar os banheiros comuns. A iniciativa do banheiro LGBT tem a aprovação de componentes da ala abertamente gay da Unidos da Tijuca. “Nós queremos transformar este banheiro de homossexuais em um grande camarim para nós, homossexuais, e mais ainda para travestis e transformistas”, ressalta Edu Saad, que é coreógrafo da Unidos da Tijuca.

Para a travesti Karina Karão, banheiro exclusivo é um alívio. “Tem coisas que a gente quer fazer em um banheiro masculino, ou feminino, e não se sente a vontade. Um banheiro gay vai ser maravilhoso, porque a gente vai poder fazer o que a gente quiser”, enfatiza Karina.

Militantes do movimento LGBT criticam banheiro
Para o ativista e estilista Carlos Tufvesson, militante gay e frequentador da Unidos da Tijuca, banheiro exclusivo para homossexuais é discriminatório. “Nós lutamos pela inclusão. Nós lutamos por direitos civis iguais, o meu e o seu. O fato de eu ser homossexual não pode me tirar direitos civis que eu tenho como cidadão brasileiro”, afirma ele.

O superintendente de Direitos Individuais Coletivos e Difusos da Secretaria de estado de Assistência Social e Direitos Humanos, Cláudio Nascimento, acredita que o banheiro seja um estímulo disfarçado de homofobia. “Se a intenção não foi discriminar, a consequência disso gera um efeito concreto de segregação e de discriminação”, analisa Nascimento, que também é presidente do Conselho estadual dos Direitos da População LGBT do Rio de Janeiro e coordenador do programa Rio sem Homofobia.

O banheiro que está provocando tanta polêmica ainda vai ser inaugurado neste sábado, mas outras quatro escolas de samba do Rio já têm banheiros para gays, lésbicas e transsexuais. A pioneira foi a Unidos do Viradouro, que inaugurou um banheiro LGBT em 2006, sem causar maiores rebuliços. Outras escolas que aderiram ao banheiro separado foram a Unidos de Vila Isabel, a Porto da Pedra e a Grande Rio.

A polêmica está aberta. “Sinceramente eu não entendo a necessidade de um banheiro gay, ou um banheiro hétero, ou um banheiro bissexual. Como a gente vai definir isso?”, indaga Tufvesson. “Eu vou adorar ter um banheiro gay especialmente para mim. Se quiser ir, vá. Se não quiser, não vá. É isso”, conclui Karina Karão.

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