Agência Brasil
Símbolo do combate aos crimes ligados à pedofilia, a nadadora Joanna Maranhão acompanhou nesta quainta-feira (16) a leitura do relatório final da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pedofilia. Ela, que foi vítima de abuso sexual de seu próprio treinador quando tinha 9 anos de idade, acabou virando nome da lei que mudou as regras para a prescrição desse tipo de crime.
Agora, a prazo para que o crime prescreva só começa a contar a partir da maioridade da vítima, a não ser nos casos em que a denúncia tenha sido feita antes dos 18 anos.
“Tenho orgulho de saber que pude ajudar, nem que seja 0,1%. Fico muito feliz que essa CPI tenha chegado a algum lugar, que as pessoas tenham acordado para isso”, comentou.
Para Joana, é preciso que o assunto faça parte da educação da criança. “É preciso ensinar que não pode pegar aqui ou ali”, disse. “Quando era criança e fui falar o que acontecia comigo para a minha mãe, ela achou que eu tinha interpretado errado algum ato de carinho dele [do treinador]. Aí eu me calei. A maioria das crianças se cala”, acrescentou.
A CPI aprovou hoje o relatório final depois de três anos de trabalho. Entre as recomendações está a adoção medidas para que diversos órgãos do governo tornem mais rígidas a apuração de crimes ligados à pedofilia.