Agência Senado
A senadora Serys Slhessarenko (PT-MT), em discurso no Plenário, registrou a passagem do Dia Internacional de Combate à Violência contra a Mulher, celebrado nesta quinta-feira (25). A data também marca o início da campanha “16 dias de ativismo pelo fim da violência contra as mulheres”, que segue até o dia 10 de dezembro, quando se comemora o Dia dos Direitos Humanos.
Para chamar atenção a respeito do tema, Serys conclamou os parlamentares – pelo menos um a cada um dos 16 dias da campanha – a fazer discurso, aparte ou comunicação pelo fim da violência contra a mulher.
A senadora citou dados de vários estudos para mostrar a gravidade dos ataques às mulheres que ainda ocorrem no Brasil e no mundo. Pesquisa realizada pelo DataSenado este ano indica que, entre os tipos de violência sofrida, os predominantes são as agressões física (55%), moral (16%) e psicológica (15%). Já números do Fundo de Desenvolvimento das Nações Unidas para a Mulher (Unifem), de 2009, mostram que a violência contra as mulheres é um fenômeno que atinge pelo menos uma em cada três mulheres, adolescentes e meninas no mundo inteiro.
No Brasil, nos sete primeiros meses de 2010, o Disque-Denúncia registrou 343 mil atendimentos, contra 161 mil no mesmo período de 2009. Do total de esclarecimentos prestados pelo Ligue 180 (Central de Atendimento à Mulher), a busca de informações sobre a Lei Maria da Penha corresponde a 50%.
Em números absolutos, explicou a senadora, São Paulo lidera o ranking com 47 mil atendimentos, seguido pela Bahia, com 32 mil atendimentos. Em terceiro lugar, aparece o Rio de Janeiro, com 25 mil registros. Esses dados permitiram definir o perfil das mulheres que ligam para a central. Em geral, elas têm idade de 25 a 50 anos (67%) e nível fundamental de escolaridade (48%). Setenta e três por centro dos agressores têm de 20 a 45 anos, e mais da metade completaram o ensino fundamental.
– Conseguimos, senhoras e senhores, a partir desses dados, fazer um raio X da violência contra a mulher no Brasil e demonstrar que a situação é bastante grave e necessita de muita atenção do Poder Público – declarou Serys.
A senadora também elogiou a aprovação da Lei Maria da Penha e a criação da Secretaria de Políticas para as Mulheres, algo que, a seu ver, aumentou o registro das violências sofridas, porque as mulheres estão, hoje, com mais coragem de denunciar.
Da Redação / Agência Senado