Polícia encontra corpos de meninas de 13 e 16 anos decapitadas na Bahia

Caroline Hasselmann
Do G1, em São Paulo

Família chegou a receber pedido de resgate. Polícia investiga motivação. Amigas foram enterradas neste sábado (20).

meninas-decapitadasJanaína Brito Conceição, de 16 anos, e Gabriela
Alves Nunes, de 13 anos, foram encontradas
decapitadas. (Foto: Reprodução/ TV Bahia)

Os corpos de duas adolescentes de 13 e 16 anos foram encontrados, pela polícia, decapitados na madrugada deste sábado (20), em Salvador (BA). Segundo a polícia, Gabriela Alves Nunes de 13 anos e Janaína Brito Conceição de 16 anos estavam desaparecidas há alguns dias. Os corpos foram enterrados na tarde deste sábado (20).

O delegado titular da 4ª Delegacia da Polícia Civil de Salvador, Omar Andrade, afirmou que os corpos das adolescentes foram encontrados numa rua do bairro San Martin e que próximo ao local um carro foi abandonado com portas abertas e porta-malas sujo de sangue. “Os corpos foram deixados lá, mas as adolescentes não foram trucidadas no local”, afirma o delegado.

Segundo ele, a família recebeu uma ligação com pedido de resgate. Algumas pessoas foram ouvidas. “É muito cedo para dizer alguma coisa, mas estamos investigando o caso”, diz.

O padrinho de Janaína, Ricardo Menezes,  disse que as adolescentes eram vizinhas e amigas e fugiram de casa na quinta-feira (18). Um bilhete foi deixado por elas afirmando que estavam bem e que não era para as famílias se preocuparem. “A mãe de Janaína ligou para o celular dela, mas não atendeu, até ela que retornou a ligação dizendo que estava bem e que não queria que ninguém fosse atrás dela”, disse.

Disseram que sabiam que eu era policial e por isso queriam duas armas e R$ 50 mil como resgate.”
Ezardival Bassalo, pai de Janaína

Ezardival Bassalo, pai da jovem, contou que na sexta-feira (19), prestou queixa de fuga na Delegacia de Repressão a Crimes contra a Criança e ao Adolescente (Derca) acompanhado de Ricardo. Neste dia, o padrinho disse que conseguiu um último contato com a afilhada.

“Uma pessoa teve que se passar por uma amiga dela para eu conseguir falar. Ela não quis dizer onde estava. Só falou que os pais pegavam no pé dela, que ela queria sair para curtir e não queria voltar para casa. Vi que estava irredutível e pedi que ligasse caso precisasse”, fala.

O pai de Janaína, que é policial militar, conta que no mesmo dia, recebeu ligações com pedido de resgate “Disseram que sabiam que eu era policial e por isso queriam duas armas e R$ 50 mil como resgate”. Ele conta que conseguiu rastrear o endereço de onde pertencia o celular e afirmou que o local era o mesmo onde as adolescentes foram encontradas mortas. Ele afirma que sempre preferiu que a filha não saísse sozinha com as amigas, por isso ele ou a esposa sempre a acompanhava.

Foi uma brutalidade. Por que essa violência?”
Cosme Raimundo Paranhos, avô de Gabriela

Ga

briela Alves Nunes de 13 anos morava com os avós. Cosme Raimundo Paranhos, avô da adolescente, disse que soube que as meninas haviam fugido quando chegou do trabalho na quinta-feira (18). No outro dia, também receberam a ligação com o mesmo pedido de resgate Gabriela falou com a avó. “Ela disse que tinham cortado a testa dela e ameaçaram decepar o pescoço”, conta Cosme.

Ele afirma que a neta sempre utilizava internet e acha que ela conheceu pessoas erradas nos sites de relacionamentos, apesar de sempre orientá-la. A esposa dele está em estado de choque. “Ela está em estado de choque. Foi uma brutalidade. Por que essa violência?”, pergunta o avô abalado.

Elas foram enterradas na tarde de sábado.

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