Agência Senado
Relatos de episódios de preconceito e violência contra praticantes das religiões de matriz africana fizeram parte do depoimento da líder religiosa Adna Souza, conhecida como Mãe Baiana, representante da Federação de Umbanda e Candomblé do Distrito Federal e entorno, durante a sessão em solidariedade às vítimas de discriminação.
Mãe Baiana contou o caso de uma mãe de santo no interior da Bahia que teria sido agredida por policiais, alguns “de outras religiões”, e jogada em um formigueiro.
– Até agora não foi tomada nenhuma providência – acusou.
O próprio terreiro comandado por Mãe Baiana sofreu violência, conforme relato dela. A religiosa disse que a casa foi derrubada por ordem da Terracap, que é a empresa responsável pela administração do espaço urbano no Distrito Federal.
– Dentro de Brasília, nós temos aproximadamente 50 mil pessoas de matriz africana. Mas essas pessoas muitas das vezes se escondem, porque não podem dizer no seu trabalho que são de matriz africana, para não perder seu emprego. Muitas das vezes se declaram católicos porque é mais fácil, ninguém vai jogar pedra – lamenta.
Mãe Baiana ressaltou a importância da aprovação do Estatuto da Igualdade Racial para a valorização da cultura negra.