IDH do Brasil está abaixo da média da América Latina e é inferior ao do Peru, diz ONU

pnudDo UOL Notícias 

De acordo com o ranking anual de IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) realizado pela ONU (Organização das Nações Unidas), o Brasil, com nota de 0,699, obteve uma nota abaixo da média da América Latina, que foi de 0,704. A média brasileira, no entanto, ainda é superior à mundial, que alcançou 0,624.

O Chile é o país latino-americano mais bem colocado, no 45º lugar e nota de 0,783, seguido pela Argentina (46º). Na América Latina, o Brasil também aparece atrás de Uruguai (52º), Panamá (54º), México (56º), Trinidad e Tobago (59º). Costa Rica (62º) e Peru (63º).

 

IDH América Latina e Caribe

45 Chile 0,783
46 Argentina 0,775
52 Uruguai 0,765
54 Panamá 0,755
56 México 0,750
59 Trindad e Tobago 0,736
62 Costa Rica 0,725
63 Peru 0,723
73 Brasil 0,699
75 Venezuela 0,696
77 Equador 0,695
78 Belize 0,694
79 Colômbia 0,689
80 Jamaica 0,688
88 República Dominicana 0,663
90 El Salvador 0,659
94 Suriname 0,646
95 Bolívia 0,643
96 Paraguai 0,640
104 Guiana 0,611
106 Honduras 0,604
115 Nicarágua 0,565
116 Guatemala 0,560
145 Haiti 0,404

 

Brasil aparece em 73º no ranking
de IDH mundial 2010, diz ONU

País “médio” do mundo, Moldova tem expectativa de vida de 69,9 anos

IDH 2009: Brasil no 75º lugar

Sobe e desce

A mudança de metodologia provocou alterações importantes no ranking dos países. A França caiu de 8º para 14º, enquanto Israel perdeu 12 posições e recuou de 15º para 27º. Por outro lado, o pequeno principado de Liechtenstein, que no ano passado era o 19º, na versão 2010 do levantamento figura em sexto.

Após figurar em 13º no ano passado, os Estados Unidos subiram para a 4ª colocação, à frente do Canadá — país vizinho e tido como exemplo de desenvolvimento no mundo.

Cuba, que em 2009 figurava em 51º lugar, não aparece na lista deste ano, devido à mudança de metodologia (o país não teria os indicadores requisitados pela ONU para compor o índice).

Nova metodologia

A formulação do IDH, índice criado em 1990, passou por uma grande mudança este ano, segundo a ONU. Devido à nova metodologia, não se pode comparar o novo IDH de 2009 com índices anteriores.

O índice manteve suas características principais — varia de 0 a 1 (quanto mais próximo de 1, maior o nível de desenvolvimento humano) e engloba três aspectos essenciais do desenvolvimento humano: conhecimento (medido por indicadores de educação), saúde (medida pela longevidade) e padrão de vida digno (medido pela renda).

A ONU também mudou os indicadores de renda e educação. Devido à  reformulação, houve uma redução no número de países e territórios abrangidos: 15 (além de Cuba, foram excluídos Omã e Líbano, por exemplo) saíram da listagem por não disporem de informações verificáveis para pelo menos um dos quatro indicadores usados no índice.

Brasil fica em 73º em ranking de desenvolvimento social da ONU

Paula Laboissière e Vitor Abdala
Repórteres da Agência Brasil

Brasília e Rio de Janeiro – O Brasil ocupa a 73ª colocação no ranking do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), divulgado hoje (4) pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud). O índice de 0,699, de acordo com o órgão, situa o país entre as nações de alto desenvolvimento humano e supera ainda a média mundial, de 0,624.

Ao todo, 169 países foram pesquisados. O resultado brasileiro se aproxima do IDH registrado para toda a América Latina e o Caribe, de 0,704. O índice varia de 0 a 1 e, quanto mais próximo de 1, maior o nível de desenvolvimento humano.

O país ficou em 11º lugar na América Latina e em quinto lugar na América do Sul, atrás do Chile (0,783), da Argentina (0,775), do Uruguai (0,765) e Peru (0,723). Entre os países do Bric, o Brasil ficou atrás da Rússia (que ficou em 65º lugar, com 0,719) e à frente da China (89º, com 0,663) e Índia (119º, com 0,519).

O Pnud destacou que a metodologia utilizada na formulação do IDH este ano sofreu alterações e que os números divulgados não podem ser comparados aos anteriores. O órgão, entretanto, recalculou o IDH brasileiro em 2009 com base na nova metodologia e apontou uma evolução de quatro posições no ranking.

Com base em novos cálculos, o índice brasileiro apresentou um ganho de 7,6% desde 1980. O progresso foi mais rápido do que o latino-americano (6,6%) e mais lento do que o global (9,3%). De 2005 para cá, a alta foi de 3,1% e, de 2009 para 2010, de 0,8%.

A lista do IDH em 2010 é liderada pela Noruega (0,938), seguida pela Austrália (0,937), Nova Zelândia (0,907), pelos Estados Unidos (0,902) e pela Irlanda (0,895). As últimas posições são ocupadas por Moçambique (0,284), Burundi (0,282), Níger (0,261), pelo República Democrática do Congo (0,239) e pelo Zimbábue (0,140).

O Brasil ficou acima da Geórgia (0,698), da Venezuela (0,696), da Armênia (0,695) e do Equador (0,695), e abaixo das Ilhas Maurício (0,701), da Macedônia (0,701), do Irã (0,702), da Ucrânia (0,710) e da Bósnia-Herzegovina (0,710).

O IDH engloba três aspectos considerados essenciais pelo Pnud para o desenvolvimento humano: o conhecimento (medido por indicadores de educação), a saúde (medida pela longevidade) e o padrão de vida digno (medido pela renda). O progresso, segundo o órgão, deve ser mensurado não apenas pelo crescimento econômico, mas também por conquistas em saúde e educação.

Na última década, a expectativa de vida dos brasileiros aumentou 2,7 anos, enquanto a média de escolaridade cresceu 1,7 ano e os anos de escolaridade esperada recuaram em 0,8 ano. A renda nacional bruta do país teve alta de 27% no período.

O Pnud também divulgou um Índice de Pobreza Multidimensional (IPM), que avalia privações nas áreas de saúde, educação e padrão de vida. O Brasil ficou com 0,039, o mesmo índice da Turquia. Segundo o relatório divulgado hoje, o país tem 8,5% dos brasileiros vivendo nesse tipo de pobreza.

Além disso, segundo Pnud, 13,1% dos brasileiros estão em risco de entrar nessa condição. O país registra ainda 20,2% dos habitantes com pelo menos uma grave privação em educação. No caso da saúde, esse índice é de 5,2%, e, do padrão de vida, de 2,8%.

Edição: Juliana Andrade // A matéria foi ampliada

Nova York, 04/11/2010
Brasil avança no novo IDH
Reformulado, Índice de Desenvolvimento Humano usa Renda Nacional Bruta em vez de PIB e apresenta novos indicadores sobre educação
do PNUD

 

O Brasil é o 73º no ranking de 169 nações e territórios da nova versão do IDH (Índice de Desenvolvimento Humano), que passou por uma das maiores reformulações desde que foi criado, há 20 anos. O índice brasileiro, de 0,699, situa o país entre os de alto desenvolvimento humano e é maior que a média mundial (0,624). Segundo o Relatório de Desenvolvimento Humano, o resultado é parecido com o do conjunto de países da América Latina e Caribe (0,704).

Em razão da mudança de metodologia,não se pode comparar o novo IDH com os índices divulgados em relatórios anteriores. Mas seguindo a nova metodologia, em comparação com os dados recalculados para 2009, o IDH do Brasil mostra uma evolução de quatro posições. O documento, intitulado A verdadeira riqueza das nações: caminhos para o desenvolvimento humano, foi divulgado nesta quinta-feira em Nova York.

A lista é encabeçada pela Noruega (0,938), seguida de Austrália, Nova Zelândia, Estados Unidos e Irlanda. A última posição é ocupada por Zimbábue (0,140), superado por República Democrática do Congo, Níger, Burundi e Moçambique. O Brasil está logo acima de Geórgia (74º), Venezuela (75º), Armênia (76º) e Equador (77º), e abaixo de Ilhas Maurício (72º), Macedônia (71º), Irã (70º), Ucrânia (69º) e Bósnia-Herzegóvina (68º).

O índice manteve suas características principais — varia de 0 a 1 (quanto mais próximo de 1, maior o nível de desenvolvimento humano) e engloba três aspectos essenciais do desenvolvimento humano: conhecimento (medido por indicadores de educação), saúde (medida pela longevidade) e padrão de vida digno (medido pela renda). Assim, conserva a premissa que norteou sua criação em 1990: o progresso deve ser mensurado não apenas pelo crescimento econômico, mas também por conquistas em saúde e educação.

Para o 20º aniversário da publicação, foram introduzidas mudanças nos indicadores de renda e educação e no cálculo final (leia mais abaixo o texto “As mudanças na metodologia do IDH”). A reformulação resultou em aprimoramento, mas implicou uma redução no número de países e territórios abrangidos: 15 (incluindo Cuba, Omã e Líbano) saíram da lista por não disporem de informações verificáveis para pelo menos um dos quatro indicadores usados no índice.

Dos três subíndices que compõem o IDH, apenas o de longevidade não passou por alterações: continua sendo medido pela expectativa de vida ao nascer. No subíndice de renda, o PIB (Produto Interno Bruto) per capita foi substituído pela Renda Nacional Bruta (RNB) per capita, que contabiliza a renda conquistada pelos residentes de um país, incluindo fluxos internacionais, como remessas vindas do exterior e ajuda internacional, e excluindo a renda gerada no país, mas repatriada ao exterior. Ou seja, a RNB traz um retrato mais preciso do bem-estar econômico das pessoas de um país. No subíndice de educação, houve mudanças nos dois indicadores. Sai a

taxa de analfabetismo, entra a média de anos de estudo da população adulta; para averiguar as condições da população em idade escolar, em vez da taxa bruta de matrícula passa a ser usado o número esperado de anos de estudos

 

Evolução recente

 

Esta não é a primeira vez que o IDH passa por mudanças — a disponibilidade de novos dados e as sugestões de alguns críticos fizeram com que o índice se adaptasse ao longo das últimas duas décadas. Porém, a fim de possibilitar que sejam verificadas tendências no desenvolvimento humano, a equipe responsável pelo relatório usou a nova metodologia não só para calcular o IDH de 2010, mas também o de 2009 e de outros seis anos de referência: 1980, 1985, 1990, 1995, 2000 e 2005. Para o Brasil, há dados completos desde 2000.

Desde aquele ano, o IDH brasileiro teve um ganho de 7,6% (73ª maior variação numa lista de 137 países). O progresso foi mais rápido que o latino-americano (6,6%) e mais lento que o global (9,3%). De 2005 para cá, a alta foi de 3,1% (92º mais veloz em uma lista de 169 países e territórios). De 2009 para 2010, o aumento foi de 0,8%, o 53º mais elevado entre 169 países.

Na última década, a expectativa de vida dos brasileiros aumentou 2,7 anos, a média de escolaridade cresceu 1,7 ano e os anos de escolaridade esperada recuaram em 0,8 ano. A renda nacional bruta teve alta de 27% no período.

 

 

 

Em comparação com países que estavam em nível semelhante de desenvolvimento em 2000 — os quatro logo acima e os quatro logo abaixo no ranking do IDH —, o Brasil saiu-se como um dos melhores. Se há dez anos era o quinto nesse grupo de nove nações, agora é o terceiro. O grande salto, porém, foi da Ucrânia, que registrava índice semelhante ao brasileiro em 2000, e em 2010 é o país com maior IDH desse conjunto.

 

 

 

As alterações foram pequenas para os países da América Latina ao longo da última década. Chile, Argentina e Uruguai mantêm-se no topo do IDH desse grupo, seguido de México e Peru. Bolívia e Paraguai ainda registram os índices mais baixos. Nas posições intermediárias, estiveram Colômbia, que acelerou menos entre 2000 e 2010, Equador, Venezuela e Brasil. O indicador brasileiro era o sexto no início do período, chegou a ser superado pelo venezuelano em 2009, mas neste ano voltou à sexta colocação.

 

 

 

As mudanças na metodologia do IDH

 

Os pilares do IDH não foram alterados: o índice varia de 0 a 1 (quanto mais próximo de 1, maior) e engloba três dimensões fundamentais do desenvolvimento humano: conhecimento (mensurado por indicadores de educação), saúde (medida pela longevidade) e padrão de vida digno (medido pela renda). Mas houve modificação em alguns indicadores e no cálculo final do índice.

 

Subíndice de longevidade

Não mudou: continua sendo medido pela expectativa de vida ao nascer.

Subíndice de educação

É o único que engloba dois indicadores, e ambos foram alterados. Sai a taxa de alfabetização, entra a média de anos de estudo da população adulta (25 anos ou mais). Para averiguar as condições da população em idade escolar, em vez de taxa bruta de matrícula passa a ser usado o número esperado de anos de estudos (expectativa de vida escolar, ou tempo que uma criança ficará matriculada, se os padrões atuais se mantiverem ao longo de sua vida escolar). Essas alterações foram feitas porque alguns países, sobretudo os do topo do IDH, haviam atingido níveis elevados de matrícula bruta e alfabetização — assim, esses indicadores vinham perdendo a capacidade de diferenciar o desempenho dessas nações. Na avaliação do Relatório de Desenvolvimento Humano, as novas variáveis captam melhor o conceito de educação e permitem distinguir com mais precisão a situação dos países. No entanto, assim como os indicadores anteriores, não consideram a qualidade da educação. No método antigo, a taxa de analfabetismo tinha peso 2 nesse subíndice, e a taxa de matrícula, peso 1. Agora, os dois novos indicadores têm peso semelhante.

Subíndice de renda

O PIB (Produto Interno Bruto) per capita foi substituído pela Renda Nacional Bruta (RNB) per capita, que abrange os mesmos fatores que o PIB, mas também leva em conta recursos enviados ou recebidos do exterior — é uma maneira de captar melhor as remessas vindas de imigrantes, excluir da conta o envio de lucro para o exterior das empresas e computar a verba de ajuda humanitária recebida pelo país, por exemplo. Assim como na versão anterior usava-se o logaritmo natural do PIB per capita, agora usa-se o logaritmo natural da renda. Também foi mantido o modo como os valores são expressos: em dólar corrigido pela paridade do poder de compra (PPC), que leva em conta a variação do custo de vida entre os países.

Normalização dos subíndices

Para poder comparar indicadores diferentes (a renda é expressa em dólares, a expectativa em anos, por exemplo), cada subíndice é transformado numa escala de 0 a 1. Por isso, estabelece-se um valor máximo e mínimo para cada indicador. Até o relatório do ano passado, os níveis máximos eram fixados pelo próprio RDH; neste, foram usados os valores máximos verificados na série de dados (desde 1980). Com isso elimina-se a arbitrariedade na escolha desses níveis máximos e mínimos.

Atualização dos dados

Até o ano passado, o IDH sempre trabalhava com indicadores de dois anos anteriores à publicação do relatório. O RDH 2009, portanto, trazia um IDH que refletia a situação de 2007. No RDH 2010, são usados alguns valores e projeções do próprio ano de 2010. Há dados disponíveis para este ano referentes à expectativa de vida e à média de anos de estudo. Para a renda nacional bruta, foram feitas estimativas aplicando-se os dados mais recentes do Banco Mundial às projeções de crescimento feitas pelo Fundo Monetário Internacional (FMI). No número de anos esperados de escolaridade, foi utilizado o dado mais recente disponível.

Cálculo

Até a edição de 2009, o IDH era calculado como a média simples dos três subíndices (somava-se os três e dividia-se o resultado por três). A partir deste relatório, recorre-se à média geométrica: multiplicam-se os três subíndices e calcula-se a raiz cúbica do resultado (um número que, multiplicado três vezes por ele mesmo, é igual ao resultado da multiplicação). Antes, um desempenho baixo em uma dimensão poderia ser diretamente compensado por um desempenho melhor em outra. Com o novo cálculo, essa compensação perde força — um valor ruim em um dos subíndices tem impacto maior em todo o índice. Além disso, a metodologia permite que 1% de queda na expectativa de vida, por exemplo, tenha o mesmo impacto que 1% de queda na renda ou na educação.

Nível de desenvolvimento humano

O Relatório de Desenvolvimento Humano deixa de classificar o nível de desenvolvimento de acordo com valores fixos e passa a utilizar uma classificação relativa. A lista de países é dividida em quatro partes semelhantes. Os 25% com maior IDH são os de desenvolvimento humano muito alto, o quartil seguinte representa os de alto desenvolvimento, o terceiro grupo é o de médio e os 25% piores, os de baixo desenvolvimento humano.

 

 

Brasil avança no novo IDH
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Leia a íntegra do relatório
A verdadeira riqueza das nações: caminhos para o desenvolvimento humano

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