02/11/2010 | 17:21 | REUTERS
A sentença de apedrejamento havia provocado protestos no mundo todo, inclusive o Brasil, que chegou a oferecer asilo à mulher, que tem 43 anos e dois filhos
A iraniana condenada inicialmente à morte por apedrejamento por ter cometido adultério será enforcada na quarta-feira pelo crime de assassinato, informou uma entidade de defesa dos direitos humanos.
A sentença de apedrejamento havia provocado protestos no mundo todo, inclusive o Brasil, que chegou a oferecer asilo à mulher, que tem 43 anos e dois filhos.
“As autoridades em Teerã deram autorização à prisão de Tabriz para a execução de Sakineh Mohammadi Ashtiani”, informou em seu website o Comitê Internacional contra o Apedrejamento, um grupo com sede na Alemanha.
“Foi informado que ela será executada nesta quarta-feira, 3 de novembro”, acrescentou o site.
Não foram localizadas autoridades no Irã que confirmassem ou refutassem a notícia.
A sentença de apedrejamento de Sakineh foi suspensa depois que políticos e religiosos influentes do mundo todo a qualificaram de “bárbara” e “brutal”.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, aliado do líder iraniano Mahmoud Ahmadinejad, ofereceu asilo para a mulher, mas a oferta foi recusada pelo Irã.
Um porta-voz do governo iraniano disse em setembro que a condenação de Sakineh por adultério estava sendo revista, mas ainda permanecia pendente o delito de cumplicidade no assassinato do marido dela.
Pela lei islâmica, em vigor no Irã desde a Revolução Islâmica de 1979, o homicídio é punido com enforcamento e o adultério, por apedrejamento.
O presidente iraniano Ahmadinejad reagiu às perguntas dos repórteres sobre o assunto quando esteve na Assembleia Geral da ONU em setembro, dizendo que o caso tinha sido fabricado pela mídia ocidental hostil.
Ele definiu os Estados Unidos como hipócritas porque o país tem um número recorde de execução de condenados.