Servidor@s do Legislativo fazem o I Curso de Gênero como Categoria Crítica de Análise

O Curso foi realizado pela Diretoria de Igualdade de Gênero do Sindilegis, participantes elogiam a iniciativa e pedem continuação

 

 

 

 

Ada Suene

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Dra. Gláucia Diniz fez a palestra no último dia do curso.

 

Terminou na noite de sexta-feira (22), o I Curso de Gênero como Categoria Crítica de Análise promovido pela Diretoria de Igualdade de Gênero do Sindilegis. A iniciativa da diretora da pasta, Giovana Perlin, envolveu um grupo de servidores das três Casas (Câmara dos Deputados,  Senado Federal e Tribunal de Contas da União) em uma densa discussão sobre os papéis e o poder de participação de homens e mulheres na sociedade contemporânea.

Doutora em psicologia pela Universidade de Brasília, Giovana é analista de Recursos Humanos da Câmara. Ao abrir o curso que iniciou na terça-feira, a diretora abordou a construção dos sexos – masculino e feminino – ao longo da história da humanidade. “As preocupações acerca da contribuição da mulher na sociedade são inúmeras. A falta de reconhecimento ainda é uma delas. Embora elas sejam a maioria nas faculdades, a sua vida acadêmica é limitada quando comparada à dos homens. Quando falamos em condições para que continuem e alcancem uma preparação para um doutorado ou pós-doutorado, lembramos de fatores impeditivos de sua própria natureza maternal. Em plena produtividade intelectual, a decisão por ter filhos, ainda é um impeditivo para que ela estenda sua carreira”, apontou.

Para Giovana, a própria política familiar adotada, seja culturalmente ou pela legislação de um país, pode confinar mulheres e homens a decisões  que os incompatibilizarão a, por exemplo, sonhos e ideais pré-formados ao longo de uma vida. “No Brasil, as mulheres acabaram de conquistar o direito de ficarem seis meses com seus filhos recém-nascidos. Já os homens, apenas cinco dias. Enquanto isso, há países que permitem que ambos os pais partilhem de um longo período com suas crianças. É preciso mudar esses valores”, enfatizou.

Pluralidade
Outros tópicos de bastante relevo também foram abordados. Questões da desigualdade salarial, segregação no mercado de trabalho, as relações de gênero, as referências e contextos para a demarcação da discussão da multissexualidade e constituições familiares, bem como, temas recorrentes na mídia como os cenários em que estão inseridas a violência e a família pautaram o material distribuído aos participantes do curso.

Foram fornecidas a cada um dos participantes três apostilas preparadas pela diretora Giovana Perlin e pela preletora convidada, a Dra. Gláucia Diniz, PhD, que trabalha na área e desenvolve projetos de pesquisa  sobre a interação gênero, casamento e trabalho, além de gênero e violência, gênero e saúde mental.

As ministradoras do seminário ainda indicaram a leitura de diversos artigos, livros e filmes para os alunos aprimorarem suas percepções sobre o assunto estudado. Entre os filmes sugeridos estiveram Desejo Proibido (EUA, 2000), Transamérica (EUA, 2005), XXY (Argentina/França/Espanha, 2007), que puderam ser assistidos na própria sede do Sindilegis.

“A sociedade brasileira foi construída a partir de fragmentos de diversos grupos com diferentes formas de organização familiar. Essa pluralidade de modelos tem origem ainda na colonização do país. A vida conjugal dos brasileiros está sendo aos poucos remodelada a partir dos processos de urbanização e modernização sociais. A definição de papéis ainda é uma imbricada montagem de modelos que precisam de referências. Mas os caminhos estão começando a se abrir, embora ainda tenhamos de erguer novas acepções nesse sentido para que haja uma introdução de temas sobre a sexualidade e estilos de vida com mais trânsito e liberdade nas discussões familiares”, definiu Gláucia Diniz, que fechou o curso.

Os servidores que integraram o grupo de estudos elogiaram a iniciativa e pediram uma continuação o mais rápido possível. Felipe Crove, servidor do Senado Federal, formado em Letras tradução, teve impacto imediato ao fim da atividade. “Uma das coisas que me fez repensar foi nas relações nos ambientes familiares e profissionais. As perspectivas mudam. A ideia é não parar mais de analisar esses aspectos”, considerou.

“Maravilhoso! Deveria ser estendido por mais tempo, há muito a se debater. Outros lugares também devem buscar essa discussão, repensar os papéis de homens e mulheres. Diminuir a discriminação quanto a mulher e outros aspectos da minoria. Sem dúvida, as análises que nos foram passadas despertaram novos olhares e raciocínios para a busca de soluções para melhorar as nossas vidas e daqueles que convivemos”, afirmou Cibele Rodrigues de Medeiros servidora da Câmara.

Confira a galeria de fotos do curso, aqui no portal.

Por: Ada Suene – Fonte: Imprensa Sindilegis

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