Adital – Pesquisa realizada por entidades que trabalham em parceria com o Ministério da Justiça revela que a cada um minuto uma criança brasileira é vítima de abuso sexual. E em boa parte dos casos, as mães se calam por medo do agressor ou por conveniência, já que muitas vezes o abusador é o provedor da família. Porém, esse não foi o caso da menina T.S.N, cujo abuso sexual sofrido pelo pai foi denunciado corajosamente pela sua mãe. T.S.N é uma das 60 mil crianças que, por ano, sofrem esse tipo de violência. Em Sergipe, ela também é só mais uma entre as 40 garotas atendidas mensalmente pela médica Patrícia Chaves no Serviço de Atendimento às Vítimas de Violência Sexual, na Maternidade Nossa Senhora de Lourdes. A negligência e o medo de perderem seus parceiros também fazem das mães cúmplices desse crime.
De janeiro a 20 de outubro desse ano, 73 casos de estupro, corrupção de menores e crimes afins chegaram ao Departamento de Atendimento a Grupos Vulneráveis (DAGV). E segundo a delegada do Departamento, Georlize Teles, a maioria dessas ocorrências apresenta um quadro de negação materna. Outro problema apontado é o fato das mães ou responsáveis pelas crianças colocarem a culpa nas vítimas. Segundo a conselheira Josineide Antônia da Silva, as vítimas de violência sexual passam facilmente da condição de vítimas para vilãs e quem geralmente as culpam são as próprias mães. “Em muitos casos as mães têm medo de perder o parceiro e preferem que a filha saia de casa. A sorte dessas crianças são outras pessoas que fazem parte do seu convívio e denunciam os casos de abuso”.
Fonte: Jornal Cinform.