Natasha Pitts *
Adital – Até quando continuará a violência contra a mulher na Colômbia? O questionamento foi feito pelas integrantes do Comitê de América Latina e Caribe para a Defesa dos Direitos das Mulheres – Cladem que, inconformadas, contabilizaram a quantidade de feminicídios ocorridos recentemente. Em comunicado, a organização repudia as violências cometidas contra as mulheres em sua casa, na rua e locais de trabalho e critica a inoperância do Estado para prevenir a violência e condenar os criminosos.
De acordo com o comunicado publicado pelo Cladem, Luz Mila Chavez foi uma das últimas colombianas a serem mortas em virtude da atuação em prol dos direitos das mulheres. Luz, que foi assassinada há poucas semanas dentro de sua casa por um homem, era uma reconhecida ativista política e sindical do Departamento de Casanare, foi fundadora do Departamento da Mulher da Central Única dos Trabalhadores (CUT) e fazia parte da Aliança Iniciativa de Mulheres pela Paz.
No último dia nove, Luz Emilia Carreño Barrera, Mãe da Comunidade do bairro de San Cristóbal, na cidade de Bogotá, teve o mesmo destino. Apenas quatro dias depois, mais uma Mãe da Comunidade foi assassinada. Desta vez, a violência contra as que batalham pelos direitos das mulheres tirou a vida de Jineth Alexandra Barrios Duque, que atuava na localidade de Engativa, também na capital Bogotá.
Judith Maldonado Mojica foi mais uma vítima. No dia quatro de agosto, na cidade de Bucaramanga, a diretora do Coletivo de Advogados Luis Carlos Pérez foi abordada por homens armados que a fizeram sofrer violência física, agressão verbal e ameaça de morte. Judith teve ainda sua bolsa levada pelos agressores. Dois dias antes do atentado, Judith já havia denunciado que ter sido perseguida por homens em uma moto quando se dirigia ao Consulado de Venezuela.
Os grupos paramilitares são apontados como responsáveis pelas mortes de diversas ativistas. No último dia 12, Isolina Arango Ochoa e as integrantes da Associação Nacional de Mulheres Campesinas, Indígenas e Negras da Colômbia (ANMICIC) foram alvo de sérias ameaças de morte. De acordo com o comunicado do Cladem, os “águias negras”, paramilitares do Magdalena Médio e do Oriente de Caldas, deixaram avisado que as mulheres deveriam sair da zona, caso contrário seriam “esquartejadas e não haveria nem fossas comuns” para todas elas.
* Jornalista da Adital