Wálter Fanganiello Maierovitch – Portal Terra
Com a repercussão do caso, a jovem Aisha, caso não tivesse fugido do Afeganistão, experimentaria outras bárbaras reprimendas. Arriscava até a pena de morte.
Ponto para a revista Time. Não só pela matéria jornalística, mas pelo senso de responsabilidade humanitária.
Na edição de 30 de julho, em matéria de capa, a Time mostrou a afegã de nome Aisha, de 18 anos, sem o nariz e as orelhas.
A foto da jovem mutilada por decisão de um tribal Tribunal Taleban correu o mundo e a página eletrônica da Time bateu recorde de acessos:
http://www.time.com/time/video/player/0,32068,294175100001_2007267,00.html
Na próxima semana, com todas as despesas a correr por conta da revista, a jovem afegã mutilada por uma corte fundamentalista será operada nos Estados Unidos. Ou melhor, passará por uma cirurgia reparatória.
O cirurgião será Peter Grossmam e a operação ocorrerá na Califórnia.
Com a repercussão do caso, a jovem Aisha, caso não tivesse fugido do Afeganistão, experimentaria outras bárbaras reprimendas. Arriscava até a pena de morte.
Conforme contou a repórter Aryn Baker, a jovem Aisha tentou fugir de casa por não mais suportar os abusos e maus tratos perpetrados por seu esposo e pelos seus sogros, tudo com anterior aprovação do chefe local dos talebans.
Aisha, capturada e levada a um Tribunal Taleban tribal foi condenada a uma pena corporal, ou seja, a amputações do nariz e das orelhas: as penas corporais são largamente aplicadas.
Além das fotos da Time e da excelente matéria da repórter Aryn Baker, foram mostradas as dificuldades enfrentadas pelas mulheres diante das permanentes violações aos direitos humanos.
PANO RÁPIDO. Parabéns à revista Time pela ajuda humanitária. A pergunta que fica: com a anunciada retirada das tropas EUA-Nato do Afeganistão, como ficará a situação das mulheres com a volta dos talebans do mulá Omar ao poder? A retomada do poder pelos talebans ocorrerá em muito pouco tempo..
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