Karol Assunção *
Adital – Após quatro dias desaparecida, María Teresa Flores, dirigente camponesa, foi encontrada morta nessa quarta-feira (11) a 35 km da cidade de Siguatepeque, em Honduras. María Teresa, quem integrava o Conselho Coordenador de Organizações Camponesas de Honduras (COCOCH), estava sumida desde o último sábado (7).
O corpo da dirigente foi encontrado já em estado de putrefação e com sinais de tiros e de torturas. María Teresa desapareceu no sábado, quando voltava de Tegucigalpa – capital hondurenha – para casa, no departamento de Comayagua. De acordo com relatos de jornalistas, a última notícia que a família teve da líder camponesa foi que ela estava em Siguatepeque aguardando um ônibus para voltar para casa.
María Teresa, quem também havia sido membro da diretoria da Organização Camponesa de Honduras (OCH), era mãe de 14 filhos e já havia perdido 15 parentes em um acidente de trânsito ocorrido no ano passado.
Para Carlos H. Reyes, dirigente da Frente Nacional de Resistência Popular (FNRP), o caso de María Teresa é mais um “assassinato político” que ocorre por conta do golpe de Estado vivido pelo país desde 28 de junho de 2009. “Quem toma as decisões (sobre o assassinato de dirigentes sociais) é o mais alto nível, assessorados por elementos-chaves da embaixada dos Estados Unidos”, denunciou o líder da Frente.
O caso de María Teresa não é exceção no país. Há menos de um mês, o advogado Marco Tulio Amaya, da FNRP, foi assassinado na comunidade Ojo de Agua, em El Paraíso. Amava era defensor de 56 camponeses do Instituto Nacional Agrário (INA) e integrante da Frente de Advogados contra o Golpe de Estado.
Os resistentes consideram que ações como essas são decorrentes da repressão realizada pelo Estado contra as pessoas que lutam pelo fim do golpe. Desde junho do ano passado, Honduras passa por um momento de tensão e de constantes violações aos direitos humanos, as quais fizeram o Comitê de Familiares de Detidos Desaparecidos em Honduras (Cofadeh) denunciar recentemente a existência de uma política de Estado de violação.
Com informações de Rede Morazánica de Informação
* Jornalista da Adital