Do G1, com agências internacionais *
Sakineh Ashtiani teria ficado agradecida, diz nota divulgada por ativista. Iraniana foi condenada à morte por apedrejamento por suposto adultério.
Manifestantes ingleses pedem que pena de morte
de iraniana por apedrejamento seja cancelada
(Foto: AFP)
Sakineh Mohammadi Ashtiani, iraniana de 43 anos condenada à morte por apedrejamento por adultério disse nesta quinta-feira (5) que ter ficado agradecida com a oferta do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de asilo no Brasil, segundo nota divulgada pelo Comitê Internacional contra Apedrejamento.
Segundo o texto, Sakineh teria dito que aceita a oferta de Lula para viver no Brasil e que vem sofrendo pressão de autoridades carcerárias que a questionam por manter contatos com a mídia e pessoas de fora da prisão. Segundo a presidente da comitê, Mina Ahadi, que assina a nota, as informações foram repassadas por um dos filhos de Sakineh.
A sentença de lapidação, que motivou numerosas condenações no mundo ocidental, foi temporariamente suspensa pelo ministro da Justiça, Sadeq Larijani.
O governo brasileiro chegou a oferecer asilo à iraniana.
Mas, segundo o ministério iraniano das Relações Exteriores, o presidente deixou-se levar pela emoção e agiu sem conhecimento de causa ao proppor o asilo.
“Lula tem um temperamento muito humano e emotivo (…) e provavelmente não recebeu informações suficientes sobre este caso”, declarou o porta-voz do mnistério, Ramin Mehmanparast.
No sábado, Lula propôs que seu país recebesse Sakineh , condenada em 2006 por ter mantido “uma relação ilegal” com dois homens depois da morte de seu marido, e também por assassinato e outros crimes, segundo a agência estatal Irna.
“Quero fazer um apelo a meu amigo (o presidente iraniano Mahmud) Ahmadinejad, ao líder supremo do Irã (Ali Khamenei), e ao governo do Irã para permitir que o Brasi possa receber a mulher”, disse Lula durante uma visita a Curitiba.
“Tenho que respeitar as leis de um país. Mas se minha amizade e o respeito que tenho pelo presidente do Irã e pelo povo iraniano valerem de algo, se esta mulher causa mal-estar, poderíamos recebê-la no Brasil”, acrescentou Lula.
A condenação à morte por apedrejamento de Sakineh Mohamadi Ashtiani gerou mal-estar nos países ocidentais, e foi temporariamente suspensa pela justiça iraniana.
Washington pediu na segunda-feira que o Irã aceitasse a oferta brasileira.
*(Com informações da France Presse)