Da Agência Brasil
Brasília – A responsabilidade familiar é uma função que diz respeito à reprodução e manutenção da sociedade. E por isso, não pode ficar apenas a cargo das mulheres. Homens, Estado e empresas devem estar atentos a este fator, disse hoje (26), a coordenadora da Organização Internacional do Trabalho (OIT), Márcia Vasconcelos, na abertura da Oficina sobre Igualdade de Gênero e Equilíbrio entre Trabalho e Família nas Empresas, em Brasília.
Para a coordenadora, “quando todos os setores da sociedade, seja da atividade laboral ou do âmbito familiar, entenderem que a redistribuição das atividades é necessária, todos vão ganhar. As empresas com maior produtividade e até as famílias, com uma melhor qualidade de vida e satisfação da mulher em realizar suas funções”.
De acordo com dados da OIT, em pesquisa de 2008 no Brasil, entre os 97 milhões de pessoas no mercado de trabalho, 43% são mulheres. A pesquisa mostra que elas gastam, em média, 20 horas semanais com afazeres domésticos, enquanto os homens utilizam, 9 horas, o que demonstra que as mulheres têm uma jornada de trabalho superior.
“Nós estamos no mercado de trabalho e não queremos sair. Mas, neste momento, estamos invisíveis. Precisamos de projetos e de políticas que atendam às nossas necessidades”, disse a coordenadora de projetos da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres, Eunice de Morais.
Segundo Eunice, a legislação é o melhor caminho. A coordenadora lembra da importância da Convenção 156 da OIT, que ainda não foi aprovada no Brasil. Entre os principais pontos da convenção está o de compatibilizar de maneira satisfatória o trabalho entre os diferentes gêneros e raças.
A coordenadora diz que o país pode dar um grande passo e buscar equilíbrio nas relações trabalhistas se aprovar o texto sobre a igualdade salarial no mercado de trabalho, previsto na pauta da Câmara para a próxima terça-feira (3).
Edição: Rivadavia Severo