Situação da mulher haitiana em debate

SPM
A contribuição política e a prática do movimento de mulheres para a re-construção com igualdade entre homens e mulheres do Haiti, foi o principal destaque da sessão especial desta manhã (15) na XI Conferência Regional para a Mulher da América Latina e do Caribe.

 

Marjorie Michel, ministra da Condição Feminina e dos Direitos Humanos das Mulheres do Haiti, agradeceu a oportunidade de falar sobre a situação de seu país na Conferência. Disse que após o momento inicial de urgência, o país precisa de ajuda para inserir as mulheres na reconstrução ativa do país. Falou também, que este não será um processo fácil, mas que com a ajuda de todos, será possível construir uma sociedade mais justa, igualitária, sem preconceitos e com coragem para vencer as barreiras e proporcionar o bem estar de todos.

Lise-Marie Déjean, médica haitiana da organização Solidarité Fanm Ayisyen (Solidariedade com as Mulheres Haitianas – SOFA), contribuiu para o entendimento da atual situação do país, com informações sobre as precárias condições de vida que boa parte da população enfrenta. Segundo ela, existem 1,6 milhão de pessoas vivendo em abrigos, cuja parede é simplesmente uma folha velha, uma lona ou uma tenda.

De acordo com a médica, a desigualdade de gêneros é mais uma vez evidenciada neste contexto, já que a situação das mulheres é pior que a dos homens. “Todas as responsabilidades de cuidados recaíram sobre ombros femininos. Elas precisam tratar os feridos, conseguir alimentos, cuidar dos filhos menores”, lamenta. Além disso, ainda são vítimas de diversos tipos violência, principalmente o assédio sexual.

Dentre os dados apresentados por Lise-Marie está a alta taxa de mortalidade infantil (630 para cada 100 mil nascidos vivos), que é cerca de cinco vezes acima que a média da região.

A Comitiva do Haiti propôs que a mesa da Conferência adote uma resolução instalando uma Comissão Provisória para a Reconstrução. Essa comissão seria responsável por ajudar a distribuir recursos, no sentido de atender as demandas das mulheres, para que eles possam participar ativamente no processo de reconstrução e evitar a consolidação de uma sociedade na mesma base de desigualdades que existia antes do terremoto.

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