DF registra queda em registros de violência contra mulher

Maria Fernanda Soares / Luiz Gonzaga Pinto – DFTV 2ª Edição

Mais de 15 mil mulheres sofreram algum tipo de agressão no último ano. Dados da polícia mostram que, quando a vítima é mulher, Ceilândia está em primeiro lugar no ranking de cidade mais violenta.

 

Marcas que não ficam só no corpo, mas deixam cicatrizes pelo resto da vida. A estudante Daniela Sá tenta evitar o pior. Ameaçada pelo primo, ela decidiu procurar a polícia. “Dentro da casa dele, ele pode não ter feito nada comigo por conta das testemunhas, das pessoas que estavam lá dentro”, conta.

Em 2009, foram registradas 15.131 mil ocorrências de algum tipo de violência contra a mulher – média de 41 registros por dia. Ceilândia é a cidade com o maior número de casos, 2.345 mil. Em seguida vem Taguatinga, com 1.372 mil casos. Em terceiro, Planaltina, com 1.132. E depois Brasília, com 1.109 registros. O crime mais comum é agressão, 6.335 mil casos.

Na comparação com 2008, houve uma redução de quase 30% no número de ocorrências. Segundo a policia, o motivo dessa queda foi a chegada da Lei Maria da penha, que encorajou as mulheres a denunciar e fez os agressores pensarem melhor. “Essa certeza dessa punição consequentemente faz com que ele repense suas atitudes e se abstenha de cometer essas agressões”, afirma o diretor adjunto da Polícia Civil, Adval Cardoso.

Na avaliação do Núcleo Pró-Mulher do Ministério Público, a Lei melhorou o trabalho de reeducação do agressor, mas a punição ainda é branda. “A partir do momento que a gente entra com a responsabilização criminal, isso provoca, ao longo do tempo, uma mudança cultural”, destaca a procuradora Laís Cerqueira.

A aposentada Vera Lúcia ouviu várias histórias de amigas agredidas pelos parceiros e, por isso, prefere viver sozinha. “A mulher que aceita isso é sem coragem. Antes só do que mal acompanhada”, avalia.

Se o agressor chegar a bater na mulher, a Lei Maria da Penha prevê pena de, no máximo, três anos de prisão.

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