Latino-americanas e caribenhas se reúnem para Fórum de Organizações Feministas

Natasha Pitts *

Adital – Nos próximos dias 11 e 12 de julho, cerca de 200 mulheres de 30 países estarão reunidas em Brasília, capital federal brasileira, para participar do “Fórum de Organizações Feministas para Articulação do Movimento de Mulheres Latinas Americanas e Caribenhas“. O evento é uma preparação para a XI Conferência Regional sobre a Mulher da América Latina e do Caribe (Cepal), que também acontecerá no Distrito Federal, de 13 a 16 de julho.
De acordo com Guacira de Oliveira, integrante da comissão organizadora do Fórum, além de ser uma preparação para a XI Conferência Regional, o Fórum também visa analisar a situação das mulheres latino-americanas e caribenhas, além de mobilizar o movimento de mulheres para exigir dos governos os compromissos assumidos com esta parcela da população durante a última Conferência.

 

“O Fórum se realiza para avaliar os compromissos assumidos desde a última Conferência Regional, que aconteceu há três anos e definir quais são os novos desafios. Além disso, é um espaço onde mulheres de diferentes identidades políticas e de vários países da América Latina e do Caribe se reúnem para pensar estrategicamente sobre as questões que vão colocar para os governos”, diz.

Na manhã do domingo (11), a abertura do Fórum contará com a participação da ministra Nilcéa Freire, da Secretaria de Políticas para as Mulheres (SPM), de Sonia Montano, diretora de Gênero da Cepal e de Rebecca Tavares, representante do Fundo de Desenvolvimento das Nações Unidas para a Mulher (Unifem), no Brasil.

Durante os dois dias de Fórum, serão realizadas mesas-redondas, painéis, plenárias e discussões em grupo. Entre os destaques do evento está o painel “Que tipo de Estado? Que igualdade?”, cujo tema será o mesmo da XI Conferência Regional sobre a Mulher da América Latina e do Caribe. Segundo Guacira, nesta ocasião serão discutidas as respostas e propostas que o Estado precisa dar para garantir a igualdade de direitos e o que deve ser feito para enfrentar as desigualdades no campo do trabalho, nas orientações sexuais, por fatores étnicos e raciais.

O segundo painel do dia propõe “Um olhar feminista para o Estado e os modelos de desenvolvimento em curso em América Latina e Caribe”. O domingo será encerrado com discussões em grupos e plenárias para a coletivização destas discussões.

Na segunda-feira (12), merece destaque o primeiro evento do dia: “Somos todas Haiti”, momento em que será provocada uma reflexão sobre a situação política, econômica e cultural do país, a partir de uma análise crítica da sua história. Haverá ainda uma homenagem a todas as mulheres haitianas, vítimas do terremoto de 12 de janeiro.

“O Haiti passa por uma situação absolutamente dramática e é um exemplo agudo do que esse modelo em curso na América Latina pode causar. Nesta oportunidade discutiremos o que é preciso para que a reconstrução do país venha seguida pela possibilidade de uma vida com dignidade”, pontua Guacira.

Ao final do evento, as contribuições geradas pelas participantes serão inseridas em um documento final, que está sendo construído a várias mãos pelas organizações de mulheres da América Latina e Caribe participantes do Fórum. A declaração será composta por propostas que serão apresentadas durante a XI Conferência Regional da Mulher, da Cepal.

* Jornalista da Adital

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