Deputado distrital é preso por não pagar pensão alimentícia

Rita Yoshimine / Márcio Muniz  DFTV (Rede Globo)
O deputado Roberto Lucena pagou a dívida de pensão alimentícia e foi liberado. De acordo com a polícia, a dívida do deputado era de cerca de R$ 4,5 mil. Ele era cotado para ser o corregedor da Câmara.

 

O deputado Roberto Lucena (PR) chegou apressado à Câmara Legislativa nesta quinta-feira, dia 17, e não quis gravar entrevista. Ele foi o primeiro a discursar em plenário. E quando todo mundo achava que ele falaria sobre o tempo que ficou preso na delegacia por não pagar pensão alimentícia, ele reclamou da ausência dos colegas. “Estou envergonhado de chegar, numa quinta-feira, e não ter quórum para votação”, discursou.

De acordo com a polícia, a dívida do deputado com pensão alimentícia era de aproximadamente R$ 4,5 mil. A equipe do DFTV insistiu em gravar entrevista, mas Lucena disse, de longe, que se tratava de questão íntima. Por meio de nota, informou que o mandado de prisão foi um equívoco e que a dívida da pensão alimentícia está em discussão na Justiça.

Roberto Lucena era o mais cotado para assumir o cargo de corregedor da Câmara, que está vago desde o começo do ano. Ele resistia em se candidatar porque sabia que sempre seria questionado por ser irmão do empresário Gilberto Lucena, dono da Linknet – empresa suspeita de ter participado do suposto esquema de corrupção do DF. Mas Roberto ele tinha até cedido às investidas e seria mesmo eleito, se não fosse pela prisão de hoje.

No fim da tarde, mais deputados chegaram ao plenário. Ao todo, 17 compareceram. Mesmo com quórum, a eleição do novo corregedor, mais uma vez, não ocorreu. “Amanhã, nós estamos reunidos para poder conversar. Quem sabe na próxima quarta-feira possamos eleger o corregedor”, afirma o presidente da CLDF, Wilson Lima.

Operação Atenéia
170 policiais cumpriram os mandados de prisão em 14 cidades do DF nesta quinta-feira. No total, cem pessoas foram presas. Essa foi a nona edição da Operação Ateneia, deusa grega protetora dos lares. Este ano, 524 pessoas já foram presas porque deixaram de pagar pensão alimentícia imposta pela Justiça.

“O que nos chamou a atenção foi o valor dos débitos: variando de R$ 96 reais, em Santa Maria, chegando a R$ 341 mil no Lago Sul. Foi muito importante para mostrar que todos são iguais perante a lei”, defende a delegada Mailine Alvarenga.

 

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