Editorial do jornal FOLHA DE PERNAMBUCO (8/6/2010)
A redução dos índices de mortalidade materna e a ascensão das mulheres a cargos, no alto escalão do Governo e de empresas privadas, são os maiores desafios para o Brasil cumprir as metas do milênio até 2015, segundo divulgou, recentemente, a Agência Brasil de Notícias. A constatação foi feita durante o 4º Relatório Nacional de Acompanhamento dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio. Elaborado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), o documento aponta um avanço ainda lento em relação à saúde materna. No início da década, eram registradas 140 mortes para cada 10 mil mulheres gestantes ou pós-parto. Atualmente, o número caiu para 75, mas a meta para os próximos cinco anos é reduzir a proporção para 35. Vale acrescentar, que esse é um problema que ainda não foi resolvido e o Brasil ainda tem um trabalho grande para termos menos mulheres morrendo em função da gravidez ou do parto.
Vale lembrar ainda, que a Coordenadoria do Movimento Nacional pela Cidadania e Solidariedade alertou para a gravidade da questão e responsabilizou as prefeituras pelo não acompanhamento das gestantes e pela falta de diagnóstico. Infelizmente, o índice de cumprimento desta meta está muito lento e, segundo especialistas, deve-se à falta de diagnóstico pelas prefeituras. Sobre a equidade de gênero em relação a ascensão a cargos de chefia, o relatório mostra também grandes diferenças, com desvantagem para as mulheres.
Entretanto, atribui-se as diferenças a questões culturais que estão sendo trabalhadas. E que, no âmbito das decisões e de cargos de poder, a mulher brasileira está bem atrasada. Já que, na América Latina, o Brasil está bem atrás de países como a Colômbia e a Argentina”. Contudo, em relação a outras metas, como da redução da pobreza, educação para todos, defesa do meio ambiente e redução da mortalidade infantil, o Brasil está caminhando muito bem. E de acordo com o relatório, o Brasil alcançou a meta de reduzir a pobreza em 2005, quando foram traçados novos números para a erradicação da fome.