Encontro reúne feministas para refletir sobre direitos sexuais e reprodutivos

Teve início nesta manhã, no dia 02 de junho, o Encontro sobre Direitos Sexuais e Direitos Reprodutivos, promovido pelo SOS CORPO. Com o propósito de atualizar as reflexões sobre o tema, o evento reúne militantes do movimento de mulheres dos estados Pernambuco, Rio de Janeiro, Pará, Minas Gerais, Bahia, Rio Grande do Norte e Paraíba. O encontro segue até sexta-feira (04/06), no Hotel Sete Colinas, em Olinda.


encontro-soscorpo“Nós, feministas, que nos encontramos em atos, ações e outros espaços de militância, estaremos reunidas, durante esses dias, para dividir reflexões e pensamentos sobre direitos sexuais e reprodutivos”, disse a educadora do SOS Corpo, Simone Ferreira, durante a abertura do encontro. Na manhã, houve rodada de apresentação das participantes, que falaram sobre suas expectativas para o encontro.

“Atualmente estamos diante de uma conjuntura de retrocessos em relação aos direitos sexuais e reprodutivos de nós, mulheres. Travamos uma guerra diária no Congresso Nacional, sobretudo agora, por exemplo, com projetos de lei que ameaçam a legalização do aborto. Por isso, é tão importante momentos como esse para discutir e refletir. Para a gente se retroalimentar, tomar fôlego e continuar firme na batalha contra os fundamentalistas”, disse Rogéria Peixinho, do Fórum de Mulheres do Rio de Janeiro e coordenadora da Articulação de Mulheres Brasileiras (AMB).

A programação da manhã abrangeu a palestra da coordenadora do SOS Corpo, Taciana Gouveia, sobre “Vivência da sexualidade pelas mulheres: Pergunte se ela goza”, seguida de debate sobre o tema. Taciana explicou a origem da frase que ela tomou como mote para reflexão. “Pergunte se ela goza foi uma frase estampada nos muros da cidade do Recife na década de 80. Traduzo esta frase como um emblema de toda questão feminista. Afinal, sexualidade não garante o prazer. O erótico é da dimensão do prazer”, ressaltou Taciana.

A coordenadora do SOS Corpo falou também sobre a existência de um super-ego que funciona dentro da lógica do consumo que expressa um imperativo, uma ordem: consuma, faça, compre, aproveite. “Tudo que é ordem não é da esfera da liberdade e sim da obrigação”, explicou. “Ou seja, tudo aquilo que as mulheres conquistaram é de alguma forma reapropriado pelo sistema da dominação em que vivemos. E é devolvido para nós de uma forma autoritária”.

Na opinião de Taciana, falar sobre sexualidade não é necessariamente falar sobre o prazer. “Ainda vivemos em mundo em que a mulher conhece pouco o seu corpo. Perguntamos muito pouco sobre o prazer. Pergunte se ela goza, nos nossos dias, ainda é uma pergunta que deve ser feita. Precisamos tentar respondê-la em paralelo às lutas políticas”, concluiu.

Depois da palestra, o debate foi aberto. Questões como a discussão sobre a sexualidade nas escolas, a lógica de prevenção em torno da epidemia HIV/AIDS, paradas gay e da diversidade, dentre outros, foram temas discutidos e relacionados à questão da liberdade do corpo das mulheres e a vivência da sexualidade.

Leia mais sobre o Encontro Direitos Sexuais e Direitos Reprodutivos

 

fonte: SOS Corpo

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