Passeata em defesa da diversidade

Manifestação na Esplanada dos Ministérios reúne 2 mil pessoas mobilizadas para cobrar das autoridades o fim da homofobia. Evento reuniu parlamentares e presidenciáveis

  • Rodrigo Couto – Correio Braziliense
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    Carlos Silva/Esp.CB/D.A Press
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    Thais e Juliana acreditam que a manifestação é importante na luta pelos direitos dos homossexuais

    Sob os gritos “fora homofobia” e “homofobia, já chegou a sua hora”, cerca de 2 mil gays, lésbicas, bissexuais, travestis e transexuais de todos os estados do país participaram ontem, em Brasília, da 1ª Marcha Nacional Contra a Homofobia. Além da luta pelo fim da aversão aos homossexuais, o movimento pediu a garantia do Estado laico — sem interferência de nenhuma religião —, combate ao fundamentalismo religioso, cumprimento do Plano LGBT, aprovação do projeto de lei que criminaliza a discriminação, e que o Judiciário decida a favor da união estável entre os casais homoafetivos e da mudança de nome dos transexuais.

    Juntas a pouco mais de um mês, as estudantes brasilienses Thais Facchin e Juliana Pinheiro, ambas de 18 anos, não se intimidaram em trocar beijos e carícias durante a marcha. “Ainda é muito difícil assumir publicamente a homossexualidade no Brasil; por isso, quando soube da realização da marcha, fiz questão de vir”, afirmou Thais, moradora de Sobradinho. “Tem quase um mês que contei para a minha família. A manifestação é importante para cobrarmos nossos direitos”, completou Juliana.

    Na avaliação do presidente da Associação Brasileira de Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABGLT), Toni Reis, a marcha superou todas as expectativas. “Diferentemente das paradas gays, onde as pessoas vão festejar, conseguimos reunir pessoas politizadas e cientes da nossa causa. Também contamos com a presença de 50 parlamentares, vereadores do interior do país e de dois presidenciáveis, Plínio de Arruda Sampaio (PSol) e José Maria Eymael (PSDC).”

    Pânico
    Revoltados com a presença dos humoristas Carioca e Cesar Polvilho, do programa Pânico na TV!, os participantes da marcha os expulsaram da Esplanada dos Ministérios. “Eles estavam fazendo matéria jocosa. Perguntei para eles se sabiam quantos travestis são assassinados no Brasil e o porquê da realização dessa manifestação em Brasília”, disse a presidenta da Articulação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra), Jeovanna Baby. Ela e outros participantes não deixaram os humoristas gravarem matéria que seria exibida no programa do próximo domingo.

    Caracterizados dos ex-integrantes do Big Brother Brasil Dicesar (Carioca) e Sérgio (Cesar Polvilho), ambos homossexuais, a dupla não conseguiu concluir as filmagens da marcha. “Eles queriam fazer uma sátira negativa”, disse o estudante de ciências sociais da Universidade de Brasília (UnB) Rodolfo Godoi, 17 anos. Ele se juntou aos manifestantes que pressionaram pela retirada dos humoristas. A dupla precisou sair do local com a ajuda de seguranças.

    Ainda é muito difícil assumir publicamente a homossexualidade no Brasil

    Ouça trecho da entrevista com o presidente da ABGLT, Toni Reis

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