Martha Mendonça – Revista ÉPOCA
No fim de junho, a Avon vai lançar o Anel da Atitude. Parte da venda do produto vai para projetos que visam minimizar a violência doméstica no Brasil. O anel, que tem o símbolo do infinito, vai custar R$ 10, dos quais R$ 4 serão doados.
A campanha Fale sem Medo – não à violência doméstica, coordenada pelo Instituto Avon, é parte da campanha mundial da marca, Speak Out against Domestic Violence, que existe desde 2004, criada pela Avon Foundation for Women.
De acordo com estimativa da Anistia Internacional e Organização Mundial de Saúde (OMS), a violência é a maior causa de morte em mulheres de 16 a 44 anos. Calcula-se que 70% dessa violência vem ocorrendo dentro do ambiente familiar. O mais grave é que cerca de 60% dessas mulheres sentem medo, constrangimento, e sofrem caladas, sem tomar qualquer tipo de atitude para sair do círculo da violência.
A pesquisa Instituto Avon/Ibope – Percepções sobre a Violência Doméstica contra a Mulher no Brasil – Em 2009, o Instituto Avon patrocinou uma pesquisa quantitativa sobre o assunto. Ela foi realizada com 2002 entrevistados, em cidades com mais de 20 mil habitantes e capitais e revelou dados importantes:
– 55% dos brasileiros afirmam conhecer uma mulher que sofreu ou sofre agressões de seu parceiro; – para 56% dos entrevistados, a violência doméstica contra a mulher é o problema que mais preocupa as brasileiras;
– aumentou o conhecimento sobre a Lei Maria da Penha, de 68% (2008) para 78% (2009); – quando perguntados sobre a razão de a mulher agredida continuar a relação com o agressor, 24% dos entrevistados acham que isso acontece por falta de condições econômicas; 23% atribuem à preocupação com a criação dos filhos; e 17% pensam que a relação não é desfeita porque a mulher tem medo de ser morta; na somatória, estes dados indicam que a mulher agredida é refém de seu agressor;
– 39% dos entrevistados disseram ter tomado alguma atitude colaborativa quando soube de uma mulher que sofre ou sofreu agressões; o índice indica que um número importante considera a violência doméstica um problema público, não simplesmente uma “briga de casal”; essa atitude pode ser explicada pelo maior conhecimento da Lei Maria da Penha;
– 40% das pessoas acreditam que a mulher pode confiar na proteção jurídica e policial, 44% opinaram que a Lei Maria da Penha está tendo efeito, e 14% acham que as leis não são e não serão cumpridas; e 56% consideram que a mulher não pode confiar na proteção jurídica e policial que existe no Brasil para não ser vítima da violência doméstica;
– 36% dos entrevistados acham que a violência contra a mulher ocorre por uma questão cultural: “o homem brasileiro é muito violento” e “muito homem ainda se acha dono da mulher”; e 48% pensam que o exemplo dos pais aos filhos pode prevenir violência na relação entre homens e mulheres;
– 51% acreditam que prisão do agressor é mais eficiente, e 11% defendem a participação em grupos de reeducação como melhor medida jurídica.