Adital – Na Venezuela, só neste ano, já foram recebidas cerca de 200 mil denúncias de violência contra a mulher, conforme informou a vice-ministra Luisa Rodríguez Andarcia, do setor de Estratégias Sociais para a Igualdade de Gênero, do Ministério do Poder Popular para a Mulher e Igualdade de Gênero, na última sexta-feira (7).
Em entrevista à uma rede de televisão local, a vice-ministra explicou que o número de denúncias de violência contra a mulher tem aumentado, porém, existem ainda, cerca de 40 a 60% de mulheres que não buscam ajuda nem orientação nos organismos correspondentes. Segundo ela, os motivos que levam algumas mulheres a não denunciarem a violência que sofrem vão desde medo de serem abandonadas até o medo de enfrentar a família e a sociedade.
Desde 1999, a Constituição do país aprovou a constituição jurídica e dos direitos das mulheres. Atualmente, são realizadas campanhas nacionais de informação a fim de conscientizar homens e mulheres sobre a violência e igualdade de gênero, já que, segundo ela, este não é apenas um problema de saúde pública, mas também um delito.
Ela lembrou que a violência contra a mulher é um problema antigo e se constitui um dos primeiros atos de violência existentes no mundo. “O problema é que se naturalizou a violência contra a mulher, porque anteriormente não se havia ensinado a respeitar as condições delas”, apontou. Ela disse também que “quando em uma casa tem violência e assédio constante, inegavelmente prejudica as mulheres, a família e a sociedade”.
Luísa Rodriguez alertou a todos os venezuelanos e venezuelanas a denunciarem os casos de violência contra as mulheres através do telefone 0800-6853737 ou através de mensagem de texto do celular, para *112. O atendimento funciona 24h por dia, todos os dias do ano. O serviço é gratuito e confidencial.
Ela ressaltou que nos casos mais graves as vítimas da violência são retiradas do perigo e abrigadas até três meses nos serviços de atendimento especializados. As mulheres recebem tratamento terapêutico onde se trabalha a sua autoestima. Elas, então, conhecem seus direitos e deveres, conforme a lei do país, para que estejam preparadas para trabalhar e se sustentar.
A vice-ministra chamou a atenção dos prefeitos e governadores de todos os estados venezuelanos, para que se estabeleçam programas de ajuda à mulher e se construam casas de abrigo, para que elas possam ser atendidas dentro de suas próprias localidades.
Além disso, o Ministério da Mulher trabalha na construção social da masculinidade para que o homem perceba o seu papel dentro do núcleo familiar e assuma responsabilidades, principalmente, aqueles que tiverem cometido este tipo de violência.
Com informações da Venezuelana Televisão (VTV)