Adital – Por ano, cerca de 50 milhões de partos são realizados sem a ajuda profissional. Isso é o que afirma a organização internacional Save the Children no relatório “Estado das Mães no Mundo para 2010” divulgado no início deste mês. Além da assistência nos partos, o estudo analisa questões como índice de mortalidade materna e infantil, educação da mulher e descanso pós-parto. Dos 160 países analisados, Guatemala ocupa o 109º lugar, pior posição entre os países latino-americanos.
A realidade do país revela o motivo da classificação ruim. De acordo com os dados considerados na análise, uma em cada 71 mulheres na Guatemala corre risco de morrer no parto. A porcentagem de atendimento qualificado também é baixa no país: somente 41% das grávidas são atendidas em centros de saúde.
Da mesma forma, apenas 34% das mulheres utilizam métodos contraceptivos e 35 em cada mil crianças morrem antes de completar cinco anos de idade. Cifras bem diferentes das de Cuba, por exemplo, país com melhor posição no ranking na organização para as nações em desenvolvimento.
Na ilha caribenha, somente uma em cada 1.400 grávidas corre risco de morte durante o parto. Lá, pelo menos 72% das mulheres fazem uso de métodos contraceptivos e praticamente todos os partos são assistidos por pessoas qualificadas. Em relação às crianças, apenas seis a cada mil morrem antes dos cinco anos.
Entre os países latino-americanos e caribenhos, além de Cuba, que ocupa a 44ª posição na lista total, aparecem com melhores colocações: Argentina, em 46° lugar; Uruguai, em 50°; e Chile, em 56°. Brasil está na 58ª posição, entre Colômbia (57ª) e Peru (60ª).
No topo da lista, que inclui 43 países desenvolvidos e 117 em desenvolvimento, está Noruega, seguida de Austrália, Islândia e Suécia. Entre os piores, estão Afeganistão, Níger e Chade. A diferença entre os países é gritante. Enquanto na Noruega, quase todos os partos são acompanhados por pessoas qualificadas, no Afeganistão e em Chade essa é uma realidade para menos de 15% dos casos.
Em Níger, uma em cada sete mulheres morre durante a gravidez ou no parto; no Afeganistão, o risco de morte é de uma para cada oito grávidas. A situação de meninos e meninas nesses três países não é muito diferente. Em Chade, em cada cinco crianças, uma não passa dos cincos anos de idade; no Afeganistão, morre uma a cada quatro.
Para realizar essa lista, a organização levou em consideração aspectos relacionados a níveis educacionais, políticos, econômicos e de saúde das mães. Além disso, o bem-estar das crianças em cada país também foi avaliado. No relatório, Save the Children destaca a importância de aumentar o número de profissionais de saúde nos países mais pobres.
O Relatório “Estado das Mães no Mundo para 2010” está disponível (em inglês) em: http://www.savethechildren.net/alliance/what_we_do/every_one/news.html