Investimento estrangeiro em organizações sociais brasileiras deve cair 50% em 2010

Sarah Fernades, do Aprendiz

A soma dos investimentos estrangeiros em organizações sociais brasileiras deve cair 49,4% de 2009 para 2010, passando de cerca de R$ 9 milhões por organização financiadora para R$ 4,6 milhões. Os dados são de uma pesquisa do Instituto Fontes, que será lançada durante o Congresso do Grupo de Institutos Fundações e Empresas (Gife), que começa nesta quinta-feira (8/4), no Rio de Janeiro (RJ).


Intitulado, “Investigações sobre a conjuntura dos investimentos das organizações internacionais no campo social brasileiro no período de 2008-2010”, o estudo avaliou 41 instituições estrangeiras que repassam dinheiro para projetos sociais do Brasil. Dessas, 30 responderam quando investiram em 2007 e 2010 e 34 de 2008 e 2009.

O total, dividido por organização, chegou a R$ 9.095.169,75 em 2009. Para este ano, no entendo, a previsão é que os investimentos fiquem em R$ 4.600.523,64 por financiador. Isso representa uma queda de 49,42%. Ao todo, 15% das organizações preveem retirar completamente os investimentos no Brasil até 2015, aponta a pesquisa.

Os financiamentos devem diminuir, segundo o levantamento, devido à crise financeira, ao desenvolvimento econômico brasileiro, a mudanças de estratégia das organizações, ao potencial de capitação de recursos em instituições brasileiras, ao alcance dos objetivos e à mudança de prioridade das instituições, mais focadas agora na África.

“Dentre as organizações da amostra, 78% só lidam com recursos externos e 22% variam entre internos e externos”, afirma uma das pesquisadoras responsáveis pelo levantamento, Carolina Vargas. “Com menos dinheiro, as instituições brasileiras terão que procurar fontes internas de financiamento”, sugere.

Além da queda prevista para este ano, a pesquisa constatou que já ouve redução no número de instituições que financiam projetos brasileiros entre 2009 e 2010. Das 30 que informaram os investimentos entre 2007 e 2010, 17% reduziram o montante entre 2007 e 2008 e 43% entre 2009 e 2010. Nesse grupo, apenas 1% das organizações estrangeiras aumentaram os recursos, contra 17% entre 2007 e 2008.

Os dados serão apresentados em uma das mesas de sexta-feira do Congresso, chamada “Bye bye Brasil: as ONGs diante da saída de recursos internacionais”, que contará com a participação de Sérgio Haddad, da Associação Brasileira de Organizações Não Governamentais (Abong), Bradford Smith, da Foundation Center, Neylar Lins, da Fundação Avina e Marcelo Estraviz, da Associação Brasileira de Captadores de Recursos (ABCR). O Congresso, adiado devido as chuvas no Rio de Janeiro, vai até sexta-feira (9/4).

 


(Envolverde/Aprendiz)

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