Seminário em São Paulo discute sustentabilidade de ONGs e movimentos sociais. Várias entidades feministas estarão presentes

Karol Assunção *

Adital – De amanhã (17) até a próxima sexta-feira (19), organizações não governamentais (ONGs) e movimentos sociais estarão reunidos no auditório da Ação Educativa, em São Paulo (SP), para a Assembleia Geral da Associação Brasileira de Organizações Não Governamentais (Abong). Além da Assembleia, a programação contará com um seminário sobre sustentabilidade de ONGs e movimentos sociais e uma mostra com exposições de materiais das entidades associadas à Abong.
As atividades começarão amanhã, com o Seminário "ONGs e Movimentos Sociais, o desafio da sustentabilidade", realizado pela Abong em parceira com o Processo de Articulação e Diálogo (PAD). De acordo com Taciana Gouveia, integrante da Diretoria Executiva Colegiada da Associação, os participantes discutirão sobre a questão política e financeira das organizações.

Segundo ela, a intenção é debater sobre o significado concreto e político da sustentabilidade das organizações, focando no acesso a recursos. Para isso, o seminário será dividido em três mesas de debate: "ONGs e Movimentos: o desafio da sustentabilidade"; "Responsabilidade social, fundos privados e cooperação internacional"; e "Legitimidade no acesso a fundos públicos".
Juntamente com o Seminário, acontecerá a "Mostra de ONGs associadas à Abong". O objetivo, segundo Taciana, é divulgar os trabalhos que as organizações realizam em todo o país. "A ideia é dar a conhecer o que as associadas vêm realizando nas diferentes regiões do Brasil", afirma. O trabalho das organizações também poderá ser conferido no Panorama das Associadas – uma espécie de "perfil" das organizações, segundo Taciana – que será apresentando no dia 18.

Na quinta e na sexta-feira, as associadas à Abong se reunirão em Assembleia Geral para discutir o futuro da Associação. Prestação de contas, balanço das atividades entre 2007 e 2009, rumos políticos para os próximos anos e eleição do novo Conselho Diretor serão algumas das questões abordadas durante os dois dias.

Desafios

Apesar de alguns avanços na área de defesa e conquistas de direitos, o mundo não mudou completamente. O Brasil também não. Para Taciana Gouveia, membro do Conselho Diretor da Abong, o trabalho das ONGs e dos movimentos sociais deve continuar até alcançar a completa transformação social. "O Brasil mudou, mas ainda não está transformado. Não há igualdade entre as pessoas", afirma.

No entanto, esse trabalho de busca da transformação social e de luta por direitos não é tão simples. E fica ainda mais complicado sem ajuda e o apoio da população. Na opinião de Taciana, a sociedade brasileira "responde mal ao trabalho de ONGs e movimentos". Prova disso, segundo ela, é o processo de criminalização e deslegitimação que muitos vêm enfrentando nos últimos anos, como o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).

Para ela, essa resposta pode ser por causa de alguns avanços em relação aos direitos, como a conquista dos direitos das mulheres. Por conta disso, "deslegitimam e acreditam que não precisam mais disso [das organizações e dos movimentos sociais]", afirma.

A Assembleia Geral da Abong e as outras atividades acontecerão de 17 a 19 de março, na Ação Educativa (Rua General Joaquim, 660 – Vila Buarque), em São Paulo. Mais informações em: http://www.abong.org.br

* Jornalista da Adital

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