Do G1, em São Paulo
A procuradora de Justiça Eloisa de Sousa Arruda assume na tarde desta sexta-feira (5) a Escola Superior do Ministério Público. É a primeira vez que uma mulher dirige o centro, responsável pelo aperfeiçoamento e reciclagem de integrantes do MP e servidores. “Quero imprimir uma marca bem acadêmica. Sou uma pessoa que tem muita energia, isso vai terminar se refletindo na escola”, disse Eloisa.
A nova diretora trabalha no Ministério Público desde 1985. Ela foi promotora em Promissão, Franco da Rocha, Osasco e na capital paulista. Eloísa atuou também como promotora de Justiça no Tribunal para Crimes Graves, instituído pela Organização das Nações Unidas (ONU) em Timor Leste, em 2002.
Na época, precisou deixar os dois filhos no Brasil. “Fiquei sete meses longe deles, a missão do Timor não permitia que levasse familiares. Meus filhos ficaram no Brasil para que eu pudesse ir. Felizmente, tudo deu certo. Sem dúvida, foi a decisão mais importante da minha vida”, disse.
Nos anos de carreira, ela diz que nunca sofreu preconceitos por ser mulher. “De minha parte, posso dizer que nunca enfrentei uma situação de preconceito. Pode ser que eu tenha frustrado expectativas. Em mais de uma situação, os advogados ou representantes da família queriam falar com o promotor [durante júris]. Às vezes, sentia uma ponta de apreensão porque era muito nova e mulher.”
Chefe do Departamento de Direito Penal e Processo Penal da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), ela pretende levar para a escola a experiência acadêmica. Eloísa afirma que irá imprimir uma “marca”, levando novas ideias para a formação dos integrantes do Ministério Público.