Uma menina de 16 anos foi enterrada viva por seus familiares que eram contra o seu relacionamento com garotos do povo de Kahta, na província de Adiyaman, informou nesta sexta a imprensa turca.
Embora os fatos tenham sido divulgados nesta semana, o corpo da adolescente foi encontrado em dezembro, após ter sido dada como desaparecida por 40 dias.
Segundo os legistas, a garota teria sido enterrada viva e consciente porque a autópsia apontou que não houve sinais de violência ou envenenamento, mas uma grande quantia de terra em seu estômago e pulmões.
Uma denúncia anônima ajudou a localizar o corpo, possivelmente um membro arrependido da família ou um vizinho.
O pai e o avô da vítima estão presos preventivamente à espera de julgamento, ambos são acusados pelo assassinato.
Conforme a imprensa turca, o pai disse que família se sentia "infeliz" pelo fato da menina ter amigos homens, o que indica um novo caso de crime de honra.
Crimes deste tipo normalmente ocorrem em regiões atrasadas da Turquia e em bairros pobres das grandes cidades, quando o conselho familiar decide que um membro do clã violou as normas tradicionais da "honra".
Nestes casos, se incita as crianças da família a cometerem o assassinato já que as penas de prisão para estes são menores.
O Governo turco reformulou em 2004 o código penal para eliminar uma disposição que considerava a "honra" como um atenuante na violência doméstica e, graças à pressão das organizações de defesa dos direitos da mulher, aumentaram as penas para esses crimes.
Pelos cálculos de diversas ONGs ocorrem em torno de 300 crimes de honra por ano na Turquia.
Fonte EFE – Agência EFE