Legalizar o aborto é uma questão de Justiça Social

28 de setembro dia de mobilizações em PE pela Legalização do Aborto –  “A mulher decide, a sociedade respeita, o Estado garante e a Igreja não se mete”, esse foi o tom de protesto que marcou o Dia de Luta pela Legalização do Aborto em Pernambuco.  Movimentos feministas e sociais de todo o país realizaram 18 horas de mobilizações e atos simultâneos para marcar o dia 28 de setembro.  No Centro do Recife, o dia começou com uma instalação do Grupo de Teatro Loucas de Pedra Lilás, que representavam figuras da igreja e do estado da época de inquisição e de caça as bruxas, uma analogia ao que está acontecendo no Mato Grosso do Sul, onde milhares de mulheres foram indiciadas por terem feito aborto. Segundo Joana Santos, coordenadora colegiada do Fórum de Mulheres de Pernambuco é uma questão de saúde pública. “Ainda existe muito preconceito, posições fundamentalistas que julgam a situação da mulher”, ressaltou.

 

Durante este ato, o movimento conseguiu em quatro horas coletar cerca de 300 assinaturas para o Manifesto da Frente Nacional pelo Fim da Criminalização das Mulheres e pela Legalização do Aborto. Conversas individuais de convencimento foram às principais estratégias do movimento.  Também estiveram presentes autoridades públicas como a Coordenadora da Coordenadoria da Mulher, Juliana César que assinou ao manifesto.

Pela tarde, aconteceram outras atividades, em Camaragibe foi uma roda de conversa com a Associação de Mulheres de Camaragibe. Em Recife, a CUT-PE assinou a adesão à Frente Nacional e também ao manifesto. A mesa foi composta pela Secretária de Mulheres da CUT-PE, Madalena Silva; a Coordenadora Colegiada do Fórum de Mulheres de Pernambuco, Joana Santos; a representante da Articulação de Mulheres Brasileiras, Betânia Serrano; a representante da Fetape, Lucinha; e o presidente da CUT-PE, Sérgio Goiana. “Nós só defendemos de verdade o que nós acreditamos e estamos convencidos. A CUT está agora junto à Frente com o papel de incorporar e contribuir para o processo de construção em mudança do país”, ressaltou Sérgio Goiana. Além da adesão da CUT-PE, outras representantes de sindicatos que estavam presentes também reafirmaram a importância deste compromisso e finalizaram com as assinaturas ao manifesto, como a Central dos Trabalhadores (as) do Brasil (CTB), a Marcha Mundial das Mulheres, Sindicato dos Bancários, Fetape, Sintepe, Sindurb, Sindsprev e Sindserpe.

No dia 29, no Cineauditório da Fundaj, também foi realizado o Simpósio Saúde, Gênero e Direitos Reprodutivos, promovido pela Secretaria Municipal de Saúde, em parceria com o Comitê de Estudo da Mortalidade Materna do Recife. O debate foi conduzido pela pesquisadora do SOS Corpo – Instituto Feminista para a Democracia, Verônica Ferreira e pelo chefe do departamento materno-infantil da Faculdade de Ciências Médicas da UPE, Olímpio Moraes. Durante o evento houve adesões de assinaturas ao manifesto, do Dr. Tiago Melo, secretário adjunto da Secretária de Saúde do Recife, de Dr. Olímpio Moraes (UPE), de Benita Spinelli, gerente de Atenção à Saúde da Mulher do Recife, além de instituições como o CREMEPE.
 
Durante a semana outras adesões foram somadas, no último domingo o apresentador Roger de Renor, do Programa Sopa de Auditório, assinou a adesão à Frente. “Cabe a mulher decidir se quer ser mãe ou não, o corpo a pertence, e essa luta é de toda a sociedade”, comentou Roger durante o programa.

No próximo dia 20, a partir das 14h, a Frente Estadual terá mais uma atividade, desta vez com o Sindicato dos Professores de Pernambuco (SINTEPE). Neste dia, a Frente fará panfletagem e coleta de assinaturas para o Manifesto. E no dia 07 de outubro, às 18h, o Fórum LGBT fará um ato de adesão a Frente e assinaturas ao manifesto.

Números Dados do “Dossiê sobre a Realidade do Aborto Inseguro em Pernambuco: O Impacto da Ilegalidade do Abortamento na Saúde das Mulheres e nos Serviços de Saúde do Recife e Petrolina”, realizado, em 2008, pelo Grupo Curumim (PE), o CFEMEA DF) e IPAS (RJ), revelam que 250 mil internações de mulheres por complicações de abortos ilegais são registradas a cada ano no Brasil. Estima-se que em nosso país são realizadas cerca de 1.054.243 interrupções de uma gestação não planejada e não desejada, ao ano.

Emanuela Castro – Assessora de Comunicação do Fórum de Mulheres de Pernambuco.

 

Banco de Imagens

Durante o ato, militantes conversam sobre o Manifesto pela Legalização do aborto

A população assinando o Manifesto

Ato de adesão da CUT-PE à Frente pela Legalização do aborto

 
fonte: SOS CORPO – www.soscorpo.org.br

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