A ex-ministra das Relações Exteriores da Bulgária, Irina Bokova, venceu o ministro da Cultura do Egito, Farouk Hosni.
JORNAL NACIONAL
A Organização das Nações Unidas para a Educação Ciência e Cultura, a Unesco, elegeu, nesta terça-feira, em Paris, pela primeira vez, uma mulher como diretora geral.
A escolha pôs fim a uma controvérsia envolvendo o candidato apoiado pelo governo brasileiro, como informou de Nova York a correspondente Giuliana Morrone.
Foi uma eleição muito disputada. A ex-ministra das Relações Exteriores da Bulgária, Irina Bokova, venceu com 31 votos, quatro a mais que o outro candidato, o ministro da Cultura do Egito, Farouk Hosni.
No ano passado, Farouk, um candidato controverso, disse que queimaria livros israelenses, se os encontrasse em bibliotecas egípcias. Depois, afirmou ter se arrependido do comentário. Hosni também teria chamado a cultura israelense de desumana.
Organizações de direitos humanos e diplomatas criticaram duramente a candidatura de Hosni.
Como defender para o cargo mais importante das Nações Unidas para Educação e Cultura um candidato que fala em queimar livros? Ainda assim, o Brasil não só apoiou a candidatura dele, como votou nesta terça-feira em Hosni.
Estados Unidos e vários países da Europa votaram contra o egípcio, por causa dos comentários dele.
Durante a campanha, o brasileiro Márcio Barbosa, diretor adjunto da Unesco, também foi candidato. Mesmo assim, o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, declarou que apoiaria a candidatura do egípcio porque o Brasil está em processo de aproximação com os países árabes. Nesta terça-feira, em Nova York, onde foi para acompanhar a Assembléia-Geral das Nações Unidas, Celso Amorim não quis comentar o resultado da eleição.